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Prefeitura cria pontos de acolhimento de filhos de ambulantes no Carnaval

Criado em 15/02/15 15h11 e atualizado em 15/02/15 15h40
Por Sayonara Moreno - Repórter do Radiojornalismo/EBC Edição:Stênio Ribeiro Fonte:Agência Brasil

Enquanto muitos turistas e moradores desfrutam do carnaval de Salvador para se divertir e cair na folia, alguns se aproveitam para trabalhar no meio da multidão. É o caso de ambulantes - que vendem adereços, bebidas e comidas -, dos cordeiros - que fazem a separação dos blocos - e de catadores de latas. Para eles, o período de carnaval é uma oportunidade para aumentar a renda.

Como esse tipo de atividade não tem hora para começar e terminar, muitos trabalhadores acabam levando os filhos para os postos de venda, no meio do circuito de carnaval, por não terem com quem deixar os pequenos. Neste caso, as crianças ficam expostas à violência, ao barulho, ao cansaço ou até à exploração. Pensando nessa situação, a prefeitura de Salvador adaptou o espaço de quatro escolas municipais como centros de acolhimento de crianças e adolescentes, filhos de vendedores ambulantes.

A creche municipal do bairro de Calabar, próximo a um dos circuitos de carnaval, se tornou um dos centros de atenção para as crianças. No local, foram montadas salas de sono, de banho, lanche, almoço e de brinquedos. Além disso, uma equipe de assistentes sociais, psicólogos, pedagogos, enfermeiros e nutricionistas atende a mais de 60 crianças em tempo integral. Em alguns casos, os pais só buscam os filhos na Quarta-Feira de Cinzas, quando termina o período de acolhimento.

A assistente social Mara Núbia faz parte da coordenação do projeto e explica que, a partir do momento em que as crianças estão na rua, acompanhando os pais, elas já estão em situação de vulnerabilidade. Para minimizar esse problema é que surgiram as unidades de acolhimento, "para que pudéssemos garantir o direito dessas crianças, de estarem abrigadas, acolhidas e protegidas”, completou.

A pequena Yasmin, de 6 anos, conta que prefere estar no abrigo, se divertindo, em vez de acompanhar a mãe, que vende cachorro-quente em um dos circuitos de Salvador. “Se estivesse com minha mãe, estaria sentada o dia todo. Está melhor aqui, porque aqui tem mais diversão. Eu brinco, merendo, como, durmo e também tomo café”, conta a menina do bairro de Cajazeiras, no subúrbio de Salvador.

A vendedora ambulante Sandra Santana disse que já levou o neto em outros carnavais para o meio da multidão. Desta vez, ela preferiu deixá-lo com a família. Mas ela recomenda aos colegas que não tiverem essa opção, que deixem os filhos em um abrigo.

“Aqui, a criança está exposta a tiro, facada, a perversidades, ou até pode ser raptada. Aqui nesta festa tem tanto gente boa, como gente ruim. Lá nos abrigos, elas são bem tratadas, porque tem assistente social, psicólogo, tem tudo para cuidar delas”.

O último levantamento da prefeitura mostrou que em um único dia quase 900 crianças e adolescentes foram abordados sozinhos, ou acompanhados dos pais, nos circuitos de carnaval - 30 deles fazendo algum tipo de trabalho, como catar latas, o que é proibido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente.

Editor Stênio Ribeiro

Creative Commons - CC BY 3.0

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