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Into recebeu uma doação de ossos para cirurgias este ano

Criado em 19/03/15 20h05 e atualizado em 19/03/15 20h10
Por Akemi Nitahara – Repórter da Agência Edição:Fábio Massalli Fonte:Agência Brasil

Este ano, o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into) registrou uma doação de ossos no Rio de Janeiro. A média do ano passado para o mesmo período foram cinco captações ósseas. De acordo com o coordenador de Projetos Especiais do Into, Tito Rocha, no ano passado, foram feitas 27 doações de pacientes mortos,autorizados pelas famílias, que beneficiaram 478 pessoas em cirurgias ortopédicas e odontológicas. Cada doação pode beneficiar até 30 pessoas.

Rocha alerta que, com o aumento das cirurgias de enxerto ósseo, está ficando difícil atender a demanda dos 40 hospitais cadastrados no Sistema Nacional de Transplantes em 11 estados, que recorrem ao Into para conseguir tecidos musculoesqueléticos. Se não forem feitas captações a curto prazo, pode faltar tecido para as cirurgias.

“A gente passa por problemas de captação de ossos todos os anos, a gente tem uma demanda grande e capta sempre menos do que a demanda. Esse ano está pior, não sabemos exatamente porque. Seguindo a média do ano passado a gente deveria ter cinco captações, e com apenas uma e a demanda crescente que a cirurgia ortopédica no Brasil todo tem em relação a tecido ósseo, o nosso banco de tecido está ficando desabastecido, estamos projetando que, no futuro, vamos ter mais problemas do que temos hoje”.

O coordenador do Into destaca o fato de que cada doação pode beneficiar até 30 pessoas que sofrem de doenças como artrose, câncer e fraturas que necessitem de enxerto. “Você saber que está beneficiando outras pessoas, levando vida depois da morte para pessoas que tem uma qualidade de vida totalmente limitada. Depois da morte de um ente querido você pode alterar de forma significativa a vida de outra pessoa que está em sofrimento. É espetacular você ver o quanto você pode melhorar a vida de uma pessoa com esse simples gesto de carinho”.

Rocha explica que a captação é feita principalmente no Rio de Janeiro, pois é necessário o deslocamento de uma equipe de médicos e enfermeiros do Into para o hospital em que foi identificado um possível doador, ou seja, um paciente com parada cardíaca e morte encefálica. Como a doação de órgãos não diminuiu, o médico atribui a baixa doação de ossos a uma questão cultural e de falta de informação.

“Quando a gente começou esse processo existia muito essa cultura de que você vai desfigurar aquela pessoa, vai tirar o osso da perna, como a perna vai ficar? Na verdade você reconstrói todos os segmentos, tirou o fêmur, reconstrói o fêmur. Claro que não com osso, mas você refigura a pessoa [com material sintético]”.

Assim como em toda doação de órgãos, a pessoa deve conversar com a família sobre a intenção de ser doadora, pois algum parente precisa autorizar a captação após a confirmação da morte cerebral. Podem ser retirados o fêmur, a tíbia, o úmero e parte do quadril, que são substituídos por material sintético para manter a forma e a aparência do doador.

Ao contrário do órgão, que requer cirurgia imediata, o tecido musculoesqueléticos não pode ser transplantado imediatamente em outro paciente. O material é captado no hospital, em uma cirurgia, e é levado para o Banco de Tecidos, onde é processado e avaliado para verificar se tem contaminação microbiológica ou algum outro problema. Depois de ficar em quarentena, o tecido é armazenado a temperatura de 80 graus Celsius (ºC) negativos, podendo ser mantido por cinco anos, nos casos de ossos, e dois anos, para o tendão.

Editor Fábio Massalli
Creative Commons - CC BY 3.0

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