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Brasileiras desembarcam no Rio e relatam momentos de terror no Nepal

Criado em 29/04/15 20h56 e atualizado em 29/04/15 21h07
Por Akemi Nitahara Edição:Maria Claudia Fonte:Agência Brasil

Desembarcaram hoje (29) no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro/Galeão – Antônio Carlos Jobim, duas sobreviventes do terremoto ocorrido no sábado (25), no Nepal. A fisioterapeuta Monique Corrêa Santos e a médica Danielle Sulamita Pio chegaram em um voo vindo de Dubai, depois de passar por Nova Deli (Índia). Elas relataram momentos de terror vividos no país asiático.

Monique contou que na hora do primeiro tremor, as duas cariocas estavam saindo do vilarejo de Saku, com um grupo de caminhada, seguindo para o Monte Everest. Depois de passarem por momentos de desespero, e sem entender o que estava acontecendo, o grupo voltou ao vilarejo, e se juntou aos sobreviventes em um acampamento improvisado nas plantações.

“ Fomos acolhidas por moradores daquela cidadezinha, pessoas que perderam tudo, mas que ajudavam uns aos outros. A comida que tinham, dividiam com todos. Eles nos acolheram de forma sensacional, como se fôssemos da família. Armaram uma tenda, porque ia chover à noite, nos deram cobertores. Graças a Deus, não faltou água nem comida em nenhum momento. Ficamos abrigadas ali e a terra tremeu por 48 horas seguidas, não como da primeira vez, mas constantemente. Não tinha como sair de lá”. No dia seguinte, relataram, as duas conseguiram pegar um táxi, com a ajuda do guia, e voltaram para Katmandu. Retornar para a cidade, segundo Danielle, foi outro momento de terror, pois os tremores continuavam.

“Tivemos a péssima ideia de voltar ao hotel para pegar as malas, na cidade pela qual tínhamos ficado completamente apaixonadas, uma cidade encantadora, cheia de vida. Depois do terremoto, parecia uma cidade-fantasma, com tudo abandonado, o hotel caindo aos pedaços, uma coisa horrível. A gente saiu de lá correndo, com medo de tudo desabar. Fomos direto para o aeroporto e ficamos lá fora, sentadas no chão, em pânico, e preferimos dormir ao relento”.

A mãe de Monique, a funcionária pública Josete Corrêa Santos, disse que o Itamaraty demorou 12 horas para retornar o contato com família, informando que as duas estavam bem e abrigadas no vilarejo. “Foram momentos de angústia, esperando notícias, mas tivemos fé em Deus que tudo ia dar certo. Foi essa fé que nos moveu até sabermos que elas estavam vivas”.

Segundo Danielle, as duas moças não sabiam que o Itamaraty havia passado informações para a família, mas o guia conseguiu avisar o hotel onde estavam hospedadas, em Katmandu. O Itamaraty informou que foram feitas buscas por brasileiros em todos os hotéis, escolas, organizações não-governamentais e prédios públicos na cidade.

O  serviço consular encontrou 216 brasileiros no Nepal, sendo que 194 foram contatados por funcionários do Ministério das Relações Exteriores em Brasília, pela Embaixada do Brasil em Katmandu ou pelos próprios familiares. Desse total, 21 já conseguiram sair do Nepal, e três se feriram sem gravidade. Não há registro de brasileiros mortos na tragédia. A última informação foi de que havia 220 brasileiros na região, mas o Itamaraty informou hoje (29) que houve duplicidade na contagem.

As informações estão sendo atualizadas na página da embaixada ( http://katmandu.itamaraty.gov.br/pt-br/ ) e o pedido de assistência para quem está no Nepal pode ser feita pelo telefone de plantão em Katmandu (+977 9801032381) e também em Nova Deli (+91 9810 697829), cuja embaixada brasileira está reforçando o trabalho no Nepal. No Brasil estão disponíveis os telefones (61) 2030-8804 e (61) 2030-8805 para familiares, de 8h às 20h.

Por acordo de cooperação, a embaixada brasileira no Nepal também presta assistência a argentinos, e tem sido procurada também por cidadãos sul-americanos e europeus. O órgão informa que, por enquanto, não há previsão de envio de ajuda humanitária por parte do Brasil.

 

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