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Debate com jornalistas e blogueiros discute desafios da produção de notícias

Criado em 11/06/15 19h15 e atualizado em 11/06/15 20h22
Por Camila Maciel Edição:Stênio Ribeiro Fonte:Agência Brasil

A internet tem alterado estruturalmente a produção e a disseminação de notícias. Esse foi o mote do debate com jornalistas que mantêm sites e blogs independentes, ocorrido hoje (11) na Empresa Brasil de Comunicação (EBC). Os desafios de fazer comunicação em rede, de construir narrativas que fujam de estereótipos, de conquistar o leitor difuso da internet foram alguns dos temas abordados no debate As Novas Formas de Produzir e Disseminar Notícias. O debate faz parte do projeto Diálogo EBC, e foi mediado pela superintendente de Agências e Conteúdos Digitais da empresa, Denize Bacoccina.

Para a jornalista Laura Capriglione, organizadora da rede Jornalistas Livres, o “desmonte” dos veículos da grande imprensa, com demissões recentes em massa de profissionais, reforça a necessidade de reinventar a produção de conteúdo e sustentabilidade da produção independente. “O fato de as empresas estarem doentes não significa que o jornalismo em si perdeu a pulsão de contar bem uma história, uma narrativa bem-feita, [de] investigar”, defendeu. Ela explicou que a construção e a elaboração de pautas na rede que organiza são feitas coletivamente, em reuniões semanais.

Laura aposta na comunicação em rede para que coletivos, que revelam histórias para além dos grandes centros se apoiem na divulgação de seus conteúdos. Ela destaca que, além de dar vazão a essa produção, consegue-se cruzar audiências de diferentes grupos. Ela cita como exemplo a cobertura da greve dos professores do Paraná, especialmente da truculenta ação policial, feita pelo Jornalistas Livres. “Quando articula em rede, se fala para além. Você cruza audiência dos professores que são a favor da redução da maioridade penal e passa a ter informações sobre o tema”, declarou.

Ainda sobre o desafio de buscar um leitor que pense diferente da abordagem dos sites e blogs, o jornalista Leonardo Sakamoto, coordenador da organização não governamental Repórter Brasil, destacou a necessidade de elaborar textos que dialoguem com os interesses do público. “A gente tem uma questão de empatia relevante, se você garante para o leitor que aquela informação tem a ver com a vida dele. O trabalho escravo, violência policial, questão indígena têm a ver com você”, apontou.

O jornalista Bruno Paes Manso, fundador do site Ponte Jornalismo, define o atual momento do jornalismo como paradoxal, pois de um lado ocorre uma efervescência nas redes, com possibilidade de reinvenção do modelo jornalístico, e por outro há a crise da profissão, com dificuldade de financiamento, gerando demissões. “Jornalismo virou quase como atividade voluntária. É um dilema e um momento importante que a democracia precisa lidar”, declarou. Ele avalia que é necessária uma reflexão sobre os rumos do jornalismo e o papel que ele cumpre na sociedade.

Dê o player e confira o debate na íntegra:

Creative Commons - CC BY 3.0

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