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Mato Grosso do Sul: índios denunciam ataque de homens armados a acampamento

Criado em 04/09/15 19h50 e atualizado em 04/09/15 19h50
Por Maíra Gabriel Heinen – Repórter do Radiojornalismo Edição:Aécio Amado Fonte:Agência Brasil

Menos de uma semana depois do confronto entre índios e fazendeiros no município de Antonio João, em Mato Grosso do Sul, que resultou na morte do índio Simeão Vilhalva, os índios guarani-kaiowá denunciaram que tiveram um acampamento atacado por homens armados na região de Douradina. Segundo o cacique Ezequiel Guyra Kambi'y, na tarde dessa quinta-feira (3), 30 caminhonetes de produtores rurais entraram no acampamento onde os índios estavam e fizeram vários disparos.

“Primeiramente, eles começaram a atirar com armas de fogo mesmo, bala mesmo. Então, nossos guerreiros começaram a recuar, e eles vieram mesmo na nossa direção com várias caminhonetes e atiravam. E nós estávamos no meio do milho, onde foi colhido, e corremos por lado das matas. E quando foi à noite, eles dispararam 55 tiros de balas”, disse.

A área reivindicada pelos guarani-kaiowá é chamada de Guyrakamby'i, também conhecida como Panambi-Lagoa Rica. A terra, de 12 mil 196 hectares, já consta como delimitada no site da Fundação Nacional do Índio (Funai). Mas, em janeiro de 2012, o procedimento de demarcação foi suspenso por decisão liminar da Justiça Federal em Dourados.

No início de agosto deste ano, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região cassou a determinação que impedia o andamento do processo e determinou a retomada dos trabalhos da Funai.

O Ministério Público Federal (MPF) em Mato Grosso do Sul determinou a instauração de inquérito policial para apurar possível prática de formação de milícia privada por fazendeiros na região. De acordo com o procurador do MPF Marco Antônio Delfino de Almeida, a troca de mensagens, em rede social, do presidente do Sindicato Rural de Itaporã, Otávio Vieira de Mello, convocando produtores rurais para promover remoção forçada dos índios motivou o pedido de investigação.

“Uma das mensagens, ela fundamenta a instalação do inquérito, em que literalmente, esse presidente do sindicato de Rio Brilhante, conclama as pessoas à prática de crimes. Então, ele está conclamando, constituindo um grupo, uma milícia privada para efetuar desobstrução. O que a gente não pode, em hipótese alguma, é entender que aspectos patrimoniais eles podem prevalecer em relação à integridade física das pessoas”, disse o procurador.

A Polícia Federal informou que uma equipe de policiais se deslocou para o município de Douradina, a fim de iniciar as investigações sobre os ataques ocorridos ontem.

A reportagem ligou para o Sindicato Rural de Itaporã, a fim de falar com o presidente da entidade, mas a secretária informou que Otávio Vieira de Mello está hospitalizado.

Editor Aécio Amado
Creative Commons - CC BY 3.0

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