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Manifestantes protestam contra violência de gênero no Rio
Criado em 25/11/15 21h59
e atualizado em 25/11/15 21h55
Por Flávia Villela - Repórter da Agência Brasil
Edição:Fábio Massalli
Fonte:Agência Brasil
Centenas de pessoas saíram às ruas do centro do Rio de Janeiro hoje (25) para protestar contra todos os tipos de violência de gênero e exigir direitos, 55 anos depois da morte das irmãs Miraba pela ditadura de Trujillo, na República Dominicana, data que inspirou o Dia Internacional de Combate à Violência contra a Mulher.
Os manifestantes, na maioria mulheres, reuniram-se na Assembleia Legislativa e depois caminharam até a Cinelândia, conhecido espaço de lutas e manifestações sociais da capital fluminense.
A continuista Frida Renfro fez questão de levar as duas filhas Serena, 4 anos, e Melissa, 1 ano, ao ato. "Esta é a segunda vez que as trago. Elas gostam, dançam", disse. "Ainda temos muitos direitos ignorados e a questão da violência contra a mulher é a mais urgente. São muitas violências e queria passar para elas que, independente da causa, que, no futuro, elas se juntem a outras mulheres para lutar. Feminismo não é o oposto de machismo. É luta por direitos, oportunidades iguais", disse.
Os cartazes e palavras de ordem protestavam majoritariamente contra o pré-candidato a prefeito do Rio, Pedro Paulo (PMDB), acusado de agredir a ex-mulher, e o Projeto de Lei 5.069/13, que dificulta o atendimento a vítimas de abuso sexual e estupro.
Para a professora de história Talíria Petrone Soares, o PL 5.069 representa um retrocesso no direito adquirido ao aborto legal. "Fazer a mulher ir à Polícia, questioná-la se está falando a verdade é uma forma de violência", disse. "E esse tipo de violência nos remete à violência concreta que hoje no Rio de Janeiro é a expressão do Pedro Paulo. Com essa ideia de que a violência está no plano do privado, de que é apenas um empurrãozinho, de que não é violência".
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o deputado Pedro Paulo admitiu ter agredido a ex-mulher, quando ainda eram casados em 2010. Segundo ele, o ato de violência foi uma "discussão que saiu do controle".
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB), que propôs o Projeto de Lei 5.069, também foi alvo dos manifestantes que exigiam a saída dele da presidência da Câmara.
O estudante de eletrotécnica Felipe Albérico de Oliveira Alves segurava um cartaz criticando o Projeto de Lei (PL) 7.382/2010, também de autoria de Cunha, que prevê punições para quem discrimina heterossexuais. "Infelizmente, no nosso cotidiano, prevalece a violência contra a mulher. Trazemos um legado muito forte, pois são anos de preconceito e machismo e acredito que temos muito a melhorar".
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