one pixel track analytics scorecard

Digite sua busca e aperte enter


Kaiowás, ñandevas e terenas vivem, no Mato Grosso do Sul, em uma das mais antigas áreas indígenas reconhecidas no país, demarcada durante a primeira década do século passado, mas só homologada em 1965

Imagem:

Compartilhar:

Corpo de índio morto durante desocupação de fazenda será submetido a nova autópsia

Criado em 01/06/13 14h16 e atualizado em 01/06/13 14h45
Por Alex Rodrigues* Edição:Fernando Fraga Fonte:Agência Brasil

Brasília - Quarenta e oito horas após ter sido morto durante a ação de reintegração de posse de uma fazenda de Sidrolândia (MS), o corpo do índio terena Osiel Gabriel, de 35 anos, será submetido a uma nova autópsia. Os novos exames serão feitos a pedido do Ministério Público Federal (MPF), no Instituto Médico Legal (IML) de Campo Grande (MS), por médicos legistas enviados de Brasília pela Polícia Federal (PF).

O pedido para o reexame foi do procurador da República Emerson Kalif Siqueira. Ele considerou que a autópsia feita na quinta-feira (30), logo após o confronto entre índios e policiais, não foi realizado nas condições adequadas. Depois que a morte de Gabriel foi atestada pelo médico que o atendeu no Hospital Beneficente Elmíria Silvério Barbosa, em Sidrolândia, seu corpo foi levado diretamente para o local onde seria velado, e não para o IML, que estava fechado devido ao feriado.

Leia também:

Funai lamenta morte de índio e confirma que não foi avisada de operação policial

O médico legista Walney Pereira foi então ao local do velório, onde fez a autópsia, atestando que o índio morreu em função de um ferimento à bala no abdômen.

Antes mesmo de receber o resultado do exame, o procurador da República considerou necessário uma análise mais detalhada do caso, para que não restem dúvidas sobre, por exemplo, o calibre do projétil que atingiu Gabriel. O corpo do índio seria enterrado nessa sexta-feira (31), mas seus parentes concordaram com a realização da nova autópsia.

Segundo a PF, 14 adultos e três jovens, todos índios, foram apreendidos durante a ação policial de quinta-feira (30). Os adultos foram ouvidos e liberados após serem indiciados pelo crime de desobediência, cuja pena varia de dois meses a dois anos. A PF diz também ter apreendido três armas de fogo, facões, facas e arcos e flechas em posse dos índios.

A reintegração de posse foi autorizada no início da noite dessa quarta-feira (29) pelo juiz substituto da 1ª Vara Federal de Campo Grande, Ronaldo José da Silva. Segundo a PF, os índios resistiram à ação policial. Os índios, no entanto, dizem ter sido surpreendidos ainda de madrugada pela chegada dos policiais. A própria Superintendência da PF no estado confirmou à Agência Brasil que não conseguiu avisar o Ministério Público Federal e a Fundação Nacional do Índio (Funai) que iria cumprir a decisão judicial e retirar os índios da área.

A fazenda, que pertence ao ex-deputado estadual Ricardo Bacha, fica no interior da Terra Indígena Buriti, declarada pelo Ministério da Justiça como de ocupação tradicional, em 2010. Dos 17 mil hectares reconhecidos, os índios ocupam hoje apenas 3 mil hectares (um hectare corresponde a 10 mil metros quadrados, o equivalente a um campo de futebol oficial).

Uma primeira tentativa de desocupar a área foi abortada pela PF no último dia 20, quando os índios também resistiram à ação policial determinada pela Justiça que, diante do conflito, suspendeu a ordem de reintegração até que proprietários e índios realizassem reunião de conciliação. A reunião aconteceu na quinta-feira (29) e, como não houve acordo, o juiz Ronaldo José da Silva autorizou que a propriedade fosse desocupada.

* Colaborou Daniel Lima

Edição: Fernando Fraga

Creative Commons - CC BY 3.0

Dê sua opinião sobre a qualidade do conteúdo que você acessou.

Para registrar sua opinião, copie o link ou o título do conteúdo e clique na barra de manifestação.

Você será direcionado para o "Fale com a Ouvidoria" da EBC e poderá nos ajudar a melhorar nossos serviços, sugerindo, denunciando, reclamando, solicitando e, também, elogiando.

Fazer uma Denúncia Fazer uma Reclamação Fazer uma Elogio Fazer uma Sugestão Fazer uma Solicitação Fazer uma Simplifique

Deixe seu comentário