one pixel track analytics scorecard

Digite sua busca e aperte enter


A ministra de Direitos Humanos, Maria do Rosário, participa da abertura do Fórum Mundial de Direitos Humanos. Na abertura, houve um minuto de silêncio em homenagem ao líder sul-africano Nelson Mandela

Imagem:

Compartilhar:

Governo é contra a PEC 215, diz Maria do Rosário

Criado em 11/12/13 23h19 e atualizado em 11/12/13 23h45
Por Mariana Tokarnia Edição:Aécio Amado Fonte:Agência Brasil

Brasília - A ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, disse hoje (11) diante de representantes de povos indígenas de todo o país que o governo é contra a proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215/00, que transfere para o Congresso a prerrogativa de demarcar terras indígenas. "Não queremos a PEC", disse e ressaltou que a proposta fere os direitos indígenas, "que são parte do Brasil e não podem perder seus direitos".

Leia mais notícias sobre o Fórum Mundial de Direitos Humanos

A proposta está em tramitação na Câmara dos Deputados. Ontem (10), o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), anunciou o acordo para a instalação de comissão que vai debater a PEC, após reunião com representantes da bancada agropecuária. "A formação dessa comissão é de responsabilidade e deve ser cobrada da Câmara dos Deputados", declarou a ministra. 

Maria do Rosário discursou no Fórum Mundial de Direitos Humanos. Desde a abertura do evento, indígenas de várias etnias carregam cartazes repudiando a PEC. "A PEC é uma grande violação de direitos. O agronegócio não vai resolver nada por nós. Querem nos assassinar por inteiro. Por mais que lutemos, não vamos conseguir vencer o poder econômico", disse o cacique Babau Tupinambá. 

Ele aproveitou a presença da ministra para denunciar uma série violências cometidas contra os povos indígenas. Segundo ele, a etnia elaborou um dossiê. "Em três meses reunimos 280 páginas", disse. Além de sofrer preconceitos na cidade e ter os direitos de ir e vir e até mesmo o direito registrar os filhos cerceados, ele declarou que o seu povo vive em péssimas condições de infraestrutura. "Temos uma única escola improvisada, que atende a 690 alunos".

O mestre em antropologia social, Tonico Benites, indígena da etnia Guarani-Kaiowá fez, ao microfone, uma denúncia: em Japorã, na fronteira entre Mato Grosso do Sul e o Paraguai, 5 mil indígenas da etnia Guarani-Kaiowá resistem a um mandado de reintegração de posse. Segundo ele, a aldeia está cercada por policiais federais. "As mulheres e as crianças foram isoladas. Os homens estão preparados para lutar". Emocionado, informou que irá para o local com outros indígenas. "Se é para morrer, vamos morrer todos juntos". 

Maria do Rosário disse que a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos "já anotou os dados para tomar providências" sobre o caso. A ministra ressaltou ainda: "Temos problemas na estrutura e a base de todo povo é o território. A terra é a base de todo direito e também a base da violência e da exploração, quando é refutado o direito de ter a terra", ressaltou. 

O grupo irá se reunir mais uma vez amanhã (12) com a ministra e com os representantes do Ministério da Justiça e da Fundação Nacional do Índio (Funai). Eles deverão elaborar um documento com ações voltadas à defesa dos direitos dos indígenas, para ser executado em parceria com o governo.

O Fórum Mundial de Direitos Humanos ocorre em Brasília até sexta-feira (13). O início do evento marca também os 65 anos da Declaração Universal de Direitos Humanos. O encontro inclui conferências, debates temáticos e atividades que contarão com a presença de autoridades, intelectuais e profissionais reconhecidos internacionalmente. O objetivo é promover uma reflexão sobre o tema direitos humanos. O evento teve mais de 10 mil inscrições.

Assista o vídeo: Guarani-Kaiowá denuncia tensão em aldeia no Mato Grosso do Sul

Creative Commons - CC BY 3.0 -

Edição: Aécio Amado

 

Creative Commons - CC BY 3.0

Dê sua opinião sobre a qualidade do conteúdo que você acessou.

Para registrar sua opinião, copie o link ou o título do conteúdo e clique na barra de manifestação.

Você será direcionado para o "Fale com a Ouvidoria" da EBC e poderá nos ajudar a melhorar nossos serviços, sugerindo, denunciando, reclamando, solicitando e, também, elogiando.

Fazer uma Denúncia Fazer uma Reclamação Fazer uma Elogio Fazer uma Sugestão Fazer uma Solicitação Fazer uma Simplifique

Deixe seu comentário