one pixel track analytics scorecard

Digite sua busca e aperte enter


A manifestação foi reprimida pela PM enquanto caminhava na Consolação e dispersada para o Centro e o bairro do Pacaembu

Imagem:

Compartilhar:

PM usa bombas de gás e dispersa manifestação contra a Copa em São Paulo

Criado em 15/05/14 21h08 e atualizado em 02/01/15 17h17
Por Daniel Mello Edição:Wellton Máximo Fonte:Agência Brasil

Manifestação contra a Copa em São Paulo
O tumulto começou quando parte dos manifestantes começou a fazer pichações e tentou invadir uma loja. Após a ação policial, o ato se dividiu em vários grupos (Mídia NINJA)

A Polícia Militar (PM) usou bombas de gás lacrimogêneo para dispersar protesto contra os gastos da Copa do Mundo na noite de hoje (15), na capital paulista. O tumulto começou quando parte dos manifestantes começou a fazer pichações e tentou invadir uma loja. Após a ação policial, o ato se dividiu em vários grupos.

Leia mais notícias:

Manifestantes e PM entram em confronto em protesto contra gastos da Copa

Manifestantes pregam cruzes em homenagem a operários mortos em estádios

Alguns seguiram o trajeto previsto e foram em direção ao Estádio do Pacaembu. Outros foram em direção à Rua Augusta, onde atearam fogo a sacos de lixo para fazer barricadas. Lojas e agências bancárias foram depredadas. A PM deteve sete pessoas suspeitas de danos ao patrimônio.

Os manifestantes começaram a se concentrar às 17h na Praça do Ciclista, na Avenida Paulista. Os manifestantes ficaram no local por cerca de duas horas, antes de saírem em passeata pela Rua da Consolação, onde o tumulto teve início. Antes que a caminhada começasse, a PM informou ter detido 20 pessoas, que, segundo a corporação, portavam coquetéis-molotovs e martelos. Segundo a PM, o ato começou com 1,2 mil pessoas, acompanhadas por 500 policiais.

O protesto foi organizado pelo Comitê Popular da Copa em São Paulo e faz parte do Dia Internacional de Lutas contra a Copa. Participaram do ato movimentos de luta por moradia, partidos políticos e movimentos estudantis, além de pessoas que compareceram espontaneamente ao local.

Integrante do comitê, Marina Mattar explicou que a manifestação não é contra o evento esportivo. Segundo ela, o protesto busca dar visibilidade às violações de direitos humanos durante os preparativos para a Copa. “A questão não é se vai ter Copa. Já terá a Copa. Nosso objetivo é que a gente conquiste alguns direitos que a Copa ajudou a usurpar”, declarou.

Antes do início da passeata, os militantes projetaram, na lateral de um edifício na Avenida Paulista, os valores gastos na organização do evento e o nome de operários que morreram em obras de construção de estádios. “As mortes têm muita ligação com a situação da construção civil no Brasil. A precarização do trabalho pela terceirização, pela quarteirização. Ninguém tem responsabilidade”, ressaltou o militante do Comitê Popular da Copa, Thiago Rosa.

As remoções por obras relacionadas ao Mundial também foram lembradas com faixas e cartazes. “Além da remoção direta, tem a expulsão reflexo da especulação imobiliária. Você vê que ao lado do Itaquerão [estádio que receberá a abertura da Copa] há um aumento de 150% no preço da terra”, acrescentou Thiago.

Para Átila Pinheiro, membro do Movimento Nacional de População em Situação de Rua, o morador de rua é o primeiro a perder com a Copa. “Querem criminalizar o morador de rua como usuário de drogas. Então, expulsar essas pessoas dos espaços centrais e de turismo”, reclamou Pinheiro. Na opinião dele, faltam espaços para atender essa população sem tratá-la essencialmente como viciados em drogas.

Segundo Pinheiro, os moradores de rua buscam entorpecentes para suportar as dificuldades por que passam. “É a pinga para suportar o frio, para suportar a opressão. Essas pessoas são massacradas cotidianamente. Veja o que aconteceu em Goiás [onde mais de 30 moradores de rua foram assassinados em 2013]. E esses eventos promovem a impunidade para quem ataca essas pessoas”, disse.

Editor: Wellton Máximo

Creative Commons - CC BY 3.0

Dê sua opinião sobre a qualidade do conteúdo que você acessou.

Para registrar sua opinião, copie o link ou o título do conteúdo e clique na barra de manifestação.

Você será direcionado para o "Fale com a Ouvidoria" da EBC e poderá nos ajudar a melhorar nossos serviços, sugerindo, denunciando, reclamando, solicitando e, também, elogiando.

Fazer uma Denúncia Fazer uma Reclamação Fazer uma Elogio Fazer uma Sugestão Fazer uma Solicitação Fazer uma Simplifique

Deixe seu comentário