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Torcedores se concentram no Fifa Fan Fest no RJ, para assistir o jogo entre Brasil e Alemanha

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No Lar dos Velhinhos, idosas se enfeitam para ver jogo mas Brasil decepciona

Criado em 08/07/14 18h01 e atualizado em 02/01/15 14h57
Por Mariana Branco Edição:Stênio Ribeiro Fonte:Agência Brasil

 

No Lar dos Velhinhos Associação São Vicente de Paula, em Taguatinga, cidade a cerca de 20 quilômetros de Brasília, o clima para acompanhar o jogo entre Brasil e Alemanha começou otimista. Dez das 32 internas preferiram a sala de televisão ao jantar, servido por volta das 17h, e a assistir à missa. As idosas enfeitaram os cabelos com flores amarelas, dadas por uma irmã da instituição. Mas os cinco gols da Alemanha, no primeiro tempo, esfriaram o entusiasmo, e o aposento esvaziou-se na segunda metade do jogo. O placar final, de 7 a 1, deixou ainda mais decepcionada quem continuou assistindo.

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“Acho que [o Brasil] vai para a final, acho que vai ganhar”, opinou Maria dos Anjos Motta, 66 anos, antes do início da partida. A interna usava uma camiseta verde e amarela, além de uma fita verde nos cabelos. Ela disse que gosta de assistir aos jogos da seleção brasileira, mas admitiu que as partidas a deixam “ansiosa”. “Todas têm, geralmente, hipertensão, mas são controladas. Elas são livres para escolher o que querem fazer”, explicou a irmã Marilsa das Graças de Jesus, diretora da entidade.

Enerdina Santos, 89 anos, e Francisca Moreira da Silva, 81, também optaram por acompanhar a partida. Enerdina apoiava a seleção. “Acho que o Brasil tem que ganhar, tem que ir para frente”, opinou. Francisca era uma exceção: torcia contra os brasileiros. “Acho que não tem que vencer. No Brasil já tem muito carnaval”, criticou. Apesar disso, ela estava preocupada com a lesão de Neymar.

Apesar de terem idade suficiente para ter acompanhado copas passadas, a maioria delas não guarda lembranças de outros mundiais. Rosa Gomes de Jesus, 92 anos, tem algumas memórias vagas. “Teve um grande jogador que marcou um gol para a gente. Todo mundo na sala comemorou. Eu já era moça. Ou foi o Garrincha ou o Pelé [destaques em 1958 e 1962, quando o Brasil conquistou o bicampeonato]. Tinha também o Tostão [destaque da Copa de 1970]”.

Rosa estava confiante de que o Brasil iria disputar a final no domingo (13). “Claro que tem que ser o Brasil. Aí é que a torcida vai ser forte. Já fiz até promessa para Nossa Senhora Aparecida”, comentou. O primeiro gol alemão esfriou as expectativas, mas ainda havia esperança. “Agora eles [seleção brasileira] tomam vergonha e vão lutar”, apostou Ivonice Josefa da Cruz, 81 anos.

A previsão, no entanto, estava errada. Ivonice chegou a se arrepender de ter decidido acompanhar o jogo. “Eu estava costurando lá dentro, me disseram 'vamos para lá' [assistir]. Ele [Neymar] está fazendo falta. Eu não vou assistir mais. Eu sofro do coração”, queixou-se ela, que arrancou a flor amarela dos cabelos. Apesar da agonia, Ivonice viu o jogo até o final. No segundo tempo, ela e Rosa estavam entre quatro ou cinco que permaneceram na sala. Maria dos Anjos reapareceu na porta após ter saído, mas, percebendo que o desempenho do Brasil continuava ruim, foi embora, desapontada.

O Lar dos Velhinhos Associação São Vicente de Paula é uma entidade filantrópica que aloja apenas mulheres, mas tem atividades abertas à comunidade em geral. De acordo com a irmã Marilsa, por meio de uma parceria com a Universidade de Brasília (UnB) e a organização não governamental Instituto Providência, a instituição tem oficinas de inclusão digital, memória e fotografia, além de serviços como fisioterapia.


Editor: Stênio Ribeiro

Creative Commons - CC BY 3.0

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