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Infraestrutura é entrave para manter qualidade de fígado para transplante

Criado em 13/11/14 16h12
Por Camila Maciel Edição:José Romildo Fonte:Agência Brasil

Mais da metade (60%) dos fígados disponibilizados para transplantes em São Paulo são recusados pelas equipes médicas. O dado, da Secretaria Estadual de Saúde, foi tema de debate hoje no Fórum Internacional de Transplantes do Aparelho Digestivo, que ocorre até amanhã (14) na capital paulista. A falta de infraestrutura em pronto-socorros, que deveriam garantir a adequada conservação do órgão a ser doado, é apontada como um fator que torna a taxa elevada. No Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina da Universidade São Paulo (USP), aproximadamente 250 pessoas aguardam na fila por  transplante.

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“É um percentual muito alto. Ter tantos órgãos desperdiçados com pacientes precisando é um absurdo”, avaliou o cirurgião Rodrigo Bronze de Martino, médico do serviço de transplantes de órgãos do HC. Ele acredita que, além da questão de infraestrutura, é preciso investigar com mais critério o que leva a essa recusa já na oferta do órgão. Um dos fatores a serem considerados é a característica do doador. “É preciso avaliar se há maior ou menor risco para ele [órgão] funcionar, ou não, depois do transplante”, apontou. Martino destaca que, como o paciente receptor é o qualificado com maior risco de morte, os critérios são mais rígidos.

Para o cirurgião Huygens Garcia, chefe do Serviço de Transplante de Fígado do hospital da Universidade Federal do Ceará (UFC), é fundamental avaliar o órgão antes de optar pela recusa. “A nossa política é que, existindo um doador, não importa se ele tem 80 anos, nós vamos fazer a captação e verificamos se o fígado é bom, transplanto com segurança”, explicou. Entre as características observadas no órgão, estão a textura adequada e a rigidez. O médico destaca que a idade do doador impacta mais em outros órgãos, como coração, pulmão e rim. No Ceará, a taxa de recusa é menor que 10%, segundo ele.

Os problemas de infraestrutura também são destacados por Garcia como entraves para ampliar o número de transplantes. “A manutenção [do doador] é importante, porque muitos pacientes que deveriam estar em Unidade de Terapia Intesiva não estão porque não há vaga. Às vezes ficam em salas improvisadas”, relatou. Martino, por outro lado, aponta que houve uma avanço na oferta de órgãos em São Paulo pelo trabalho do governo estadual de incentivar os hospitais locais a manter em condições adequadas os pacientes com morte encefálica. “Temos que cuidar ainda melhor deles, porque eles podem beneficiar sete ou mais vidas”, apontou.

O chefe do serviço de transplantes no Ceará destacou que o estado é líder em número de procedimentos de fígado. Foram 137 em 2013. “A nossa taxa de sobrevida após um ano de transplante é de 82%. É bom, mas estamos perserguindo 90%”, apontou. O número de procedimentos no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), por sua vez, é de 110 transplantes por ano, em média. Neste ano, até o momento, foram cerca de 90 procedimentos no hospital paulista. 

Editor: José Romildo

Creative Commons - CC BY 3.0

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