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Interdição de avenida tumultua transporte no centro do Rio

Criado em 02/12/14 21h15 e atualizado em 02/12/14 21h26
Por Edição:Stênio Ribeiro Fonte:Agência Brasil

A interdição de três faixas da Avenida Rio Branco, uma das principais do centro do Rio de Janeiro, causa problemas para quem trabalha na região já no segundo dia útil desde a mudança, que entrou em vigor no último sábado (29). Taxistas e comerciantes reclamam que as constantes restrições no tráfego da região geram cada vez mais prejuízo. A alteração ocorreu por causa das obras de implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).

Com o novo esquema, o acesso aos táxis passou a ser proibido na via, de segunda a sexta-feira, das 5h às 21h, e aos sábados, das 5 às 15h. O acesso a carros de passeio já estava bloqueado desde fevereiro deste ano.

A mudança também determinou que a Avenida Rio Branco volte a funcionar somente no sentido Cinelândia. As 53 linhas de ônibus que seguiam pela avenida no sentido contrário, em direção à Candelária, voltam agora a passar pela Avenida Presidente Antônio Carlos e Rua Primeiro de Março. Na Rio Branco, apenas linhas municipais podem circular nas duas faixas que permanecem liberadas.

O presidente do Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDL-Rio), Aldo Gonçalves, prevê prejuízo de aproximadamente 50% no faturamento do comércio varejista, até o final do ano. “Pessoas que compravam produto por atacado, ou mercadorias que não conseguem transportar no ônibus, como televisão, estão evitando o local, já que nem carro nem táxi pode circular por lá. Fora o trânsito que afugenta quem não tem a obrigação de passar ali. Com isso o comércio sofre”, explicou.

Segundo ele, o comércio já teve um ano ruim, por conta da Copa do Mundo, das eleições e do aumento da inflação. “O VLT vai ser um ganho para a cidade, mas a prefeitura escolheu um momento péssimo para fazer a alteração na [Avenida] Rio Branco. Para alguns segmentos, as vendas no Natal representam cerca de 35% do faturamento anual. Muitos lojistas aguardavam esse período para compensar o restante do ano”, acrescentou.

Ainda segundo o presidente do CDL, faltou diálogo entre a prefeitura e os lojistas. Gonçalves disse que enviou ofício, na semana passada, pedindo reunião com o prefeito do Rio, Eduardo Paes, para discutir os prejuízos ao comércio, mas não obteve resposta. Procurada, a prefeitura não comentou o caso.

Gerente de uma loja de roupas femininas na avenida, Elizabeth Vieira relata que já sentiu queda no movimento desde a interdição, no sábado. “As ruas estão mais vazias. A maioria das pessoas que continuam circulando pelo centro trabalham por aqui, tanto que o horário em que tivemos um pouco mais de movimento hoje foi no de almoço. Quem costuma vir a passeio ou para fazer compras, está evitando vir para cá, por causa da confusão nas ruas e no trânsito”, acredita.

Proprietária de uma loja de embalagens e artigos de bazar na região, Vanessa Rocha conta que, desde o início das obras, sofre prejuízos. “Em novembro tivemos o pior faturamento dos últimos dois anos. Percebemos que começou a cair desde que proibiram que os carros estacionassem em algumas ruas próximas à Rio Branco. Pagamos aluguel caro e vendemos menos. Quase sempre temos que fazer promoção para tentar atrair as pessoas”, reclamou.

Luís Eduardo Fadel é proprietário de chapelaria em uma rua transversal à avenida, e devido a um problema na perna, volta de táxi para casa. “Agora diminuiu muito a quantidade de táxis no centro, levo muito mais tempo para conseguir um, e também tenho que andar mais para pegar o táxi, sendo que na semana passada eu podia pegar aqui do lado”, relatou.

O taxista Ronan Brígido ressaltou que muitos de seus colegas estão evitando trabalhar no centro da cidade. “Continuo aqui porque conheço muito bem a região, então não é viável sair, mas muitos não querem ter mais ponto no centro por causa do trânsito. Táxi parado é dinheiro parado. E a consequência é que falta taxista para atender todas essas pessoas”, explicou.

As obras na Avenida Rio Branco devem ser concluídas somente no final de 2015, de acordo com a prefeitura. O VLT vai conectar outros modais por meio de seis linhas e 42 estações. Somadas, as linhas terão 28 quilômetros de extensão.

 

Editor Stênio Ribeiro

Creative Commons - CC BY 3.0

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