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Agrofloresta é a integração em um mesmo espaço entre agricultura e floresta. O produtor agroflorestal orgânico Juã Pereira, de Brasília - DF, desenvolve a um ano um projeto de planejamento sustentável para a Aldeia Multiétnica

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Encontro de Culturas desenvolve experiência de agrofloresta sustentável

Criado em 24/07/14 09h41 e atualizado em 02/01/15 12h49
Por Alessandra Alves Fonte:Encontro de Culturas Tradicionais

Agrofloresta do Encontro de Culturas Tradicionais
Agrofloresta é a integração em um mesmo espaço entre agricultura e floresta. O produtor agroflorestal orgânico Juã Pereira, de Brasília - DF, desenvolve há um ano um projeto de planejamento sustentável para a Aldeia Multiétnica (Fábio Luiz/ Encontro de Culturas )

Você conhece o conceito de agrofloresta? A integração em um mesmo espaço entre agricultura e floresta. O produtor agroflorestal orgânico Juã Pereira, de Brasília (DF), desenvolve há um ano um projeto de planejamento sustentável para a Aldeia Multiétnica.

Em uma parceria entre a Casa de Cultura Cavaleiro de Jorge e o Sítio Semente o espaço onde foi montada a Aldeia Multiétnica tem sido cada vez mais aproveitado. "Sempre vim para Chapada e sou amigo do Juliano (Basso - coordenador do Encontro de Culturas Tradicionais da Chapada dos Veadeiros), então fizemos esta parceria para trazermos o meu trabalho para o Encontro", explica Juã.

Tudo começou em maio do ano passado. Na época, apenas quatro pessoas deram início ao processo. A ideia é fazer como em uma aldeia real. Segundo Juã a agrofloresta é hoje o sistema que mais parecido ao ambiente de uma aldeia. A agricultura original do trópico, você trabalhando com a floresta e não contra ela.

"A agrofloresta é simplesmente um consórcio entre a produção de curto e médio prazo. Essa produção promove a instalação de uma floresta de comida. Tem fruta, verdura, madeira, tudo em um mesmo lugar", resume.

No primeiro espaço, plantado em 2013, existem frutas, árvores nativas e uma horta, juntos no mesmo ambiente. Na Aldeia foi plantado café, laranja, limão, manga, lichia, banana, nhâme, mandioca, jaboticaba, alface, brócolis, couve-flor, pimenta, quiabo, tomate cereja, cenoura, além de árvores como a santa bárbara, guapuruvu, jatobá e eucalipto. Sem a utilização de qualquer composto químico, tudo orgânico.

A técnica pode ser aplicada em qualquer lugar, mas de acordo com Juã, é necessário conhecer a ciência de consorciar todas as espécies, como acontece naturalmente na floresta. "Você aproveita melhor o espaço, economiza água porque utiliza um mesmo canteiro para quatro espécies.  Isso ainda diminui o ataque de doenças e pragas. É um sistema baseado no natural", conclui.

A ideia é fazer com que a produção atenda o Encontro de Culturas, mais que isso, que atenda os moradores da aldeia. No local moram quatro Kalungas durante todo o ano. Já agora, poucos dias antes do início do evento, dez Kalungas trabalham e vivem por lá.

"O que nós plantamos aqui ajuda demais. Estamos comendo alface, pimentinha, couve, abobrinha. Tomate vai ter de agora para frente. Cenoura, quiabo, milho, coentro, mandioca. Banana, daqui a pouco tem", anima-se Pica-pau, um dos Kalunga que mora no local.

O segundo espaço foi plantado em maio. E a proposta é ocupar o maior número de espaços entre as casas indígenas. Além das técnicas de agrofloresta, Juã trouxe para a Aldeia Multiétnica um banheiro com fossa de vapotranspiração e vários banheiros secos.

Fossa de vapotranspiração

Uma fossa onde crescem bananeiras. Na casa sede da Aldeia Multiétnica existe um banheiro para o qual foi construída uma fossa especial. No local um buraco foi aberto e vedado com lona para que a água que vem do banheiro não entre em contato com o solo. Depois coloca-se entulho, brita, areia e na superfície terra do próprio local. Nesta terra são plantadas bananeiras. Isso porque ela absorvem a água contaminada que é vapotranspirada. Já os dejetos são utilizados como adubo. Esse é um sistema similar ao dos banheiros comuns da cidade,  que utiliza água para a descarga.

Nos banheiros secos novos vasos sanitários foram instalados, além de duchas para banho.

Sitio Semente

Nas redondezas de Brasília, mais precisamente no Lago Oeste, existe um pedaço de chão onde o Cerrado degradado foi transformado em um mata  permeada por árvores de todos os tipos. O Sítio Semente foi idealizado por Juã juntamente com o engenheiro florestal Daniel Carneiro. Na área é possível compreender melhor o desenvolvimento de um agrofloresta. O Sítio realiza visitas guiadas todas as quartas e sextas e também promove cursos sobre sistemas agroflorestais. Para se inscrever acesse http://www.sitiosemente.com.

Creative Commons - CC BY 3.0

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