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ANP diz que preço do petróleo influenciou resultado de leilão

Criado em 07/10/15 16h41 e atualizado em 07/10/15 19h14
Por Nielmar de Oliveira Edição:Nádia Franco Fonte:Agência Brasil

A diretora-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Magda Chambriard, disse hoje (7) que as expectativas para a 13ª rodada de licitações eram modestas, e não as mesmas da rodada anterior. Segundo a ANP, 14% dos blocos oferecidos foram arrematados, resultado que, para a agência, teve influência do preço do barril de petróleo, que nos últimos meses está próximo de US$ 50.

Dos 266 blocos ofertados pela ANP, 37 foram arrematados pelas empresas inscritas, correspondente a 14%. Com o resultado, obteve-se cerca de R$ 340 milhões em investimentos e R$ 121 milhões em bônus de assinatura (valor pago pelas empresas na assinatura do contrato). A maior parte dos blocos ofertados fica na Bacia do Recôncavo, na Bahia (82 disponíveis e 18 foram arrematados).

"Temos a convicção muito grande de que o atual nível do preço do petróleo impacta decisivamente", disse a diretora da ANP. De acordo com Magda, o resultado fiscal das empresas é impactado pelo preço mais baixo da commodity, o que faz com que fiquem mais conservadoras em relação aos investimentos. Commodities são produtos primários com cotação internacional.

Magda Chambriard considerou ainda a possibilidade de grandes empresas terem ficado fora do leilão por causa da ausência da Petrobras, que não fez oferta no leilão. "A Petrobras é, e tem sido, a grande locomotiva da exploração e produção do petróleo no país. Em todas as rodadas, se a gente olha para trás, as empresas estrangeiras querem e pleiteiam a parceria com a Petrobras, de forma que essa pode ter sido, sim, uma das razões para as grandes petroleiras não terem entrado", afirmou. "Mas isso temos que perguntar para elas", acrescentou.

Sobre questionamentos das empresas a respeito de questões regulatórias, a diretora-geral da ANP disse que é preciso analisar, mas ressaltou que algumas questões apareceram muito recentemente e não foram apresentadas quando era possível fazê-lo em consultas públicas.

Ela destacou que, no leilão, o protagonismo foi de empresas brasileiras – foram 11 vencedoras nacionais e seis estrangeiras. Outro fato citado por Magda foi a procura pela Bacia de Parnaíba, onde 11 blocos foram arrematados e o bônus de assinatura somou quase R$ 15 milhões. 

"Começa a surgir a Bacia de Parnaíba como a principal nova fronteira terrestre, reforçando a ideia da busca por gás natural não associado em terra. Considerei esse resultado extremamente vantajoso", afirmou. Magda considerou positiva também a participação de pequenas e médias empresas.

Os 266 blocos ofertados estão em 10 bacias sedimentares, espalhadas por quatro regiões do país. Quatro delas são em terra (as bacias Amazonas, Parnaíba, Potiguar e Recôncavo. As ofertas no mar estão nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul, com as bacias Sergipe-Alagoas, Jacuípe, Camamu Almada (BA), Espírito Santo, Campos (Rio de Janeiro e Espírito Santo) e Pelotas (RS). 

Petroleiros

O presidente da Organização dos Municípios Produtores de Petróleo (Ompetro) e prefeito de Macaé (RJ), Aluizio dos Santos, considerou o resultado "frustrante" e "previsível" por causa de "um protagonismo excessivo" da Petrobras. "Quando a indústria se recusa a participar na Bacia de Campos, que ainda é protagonista, no Espírito Santo e em Potiguar, é porque há uma desmobilização pelo menos na intenção da indústria de voltar a se aquecer no país". Para ele, o valor do barril de petróleo não influenciou.

Para o secretário executivo do Instituto Brasileiro do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), que representa as empresas do setor, Antonio Guimarães, o leilão "poderia ter sido melhor" e que a expectativa em relação a ele "era muito maior". "Sem dúvida nenhuma, não precisamos dizer todos nós tínhamos uma expectativa muito maior com relação ao leilão", disse, acrescentando que o desempenho foi impactado pelo preço do barril de petróleo e a ausência de ofertas da Petrobras.

Guimarães considerou positiva anúncio da ANP de que os leilões terão regularidade de ao menos dois anos. "Isso já é muito bom, mas do ponto de vista da indústria, gostaríamos de ter um calendário anual. Isso sim é uma sinalização de que temos uma política de longo prazo", disse.

O Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) protestou contra a realização do leilão e pediu, com faixas e carros de som, que a produção de petróleo no Brasil seja exclusivamente estatal. O coordenador Emanuel Cancella discursou na abertura do leilão, antes de serem iniciadas as ofertas, e criticou a concessão das áreas para empresas privadas. “É um absurdo que o Brasil faça o leilão do ouro negro, que são fontes esgotáveis e que não se renovam”.

Também houve manifestações de representantes de povos indígenas, trazidas pelo movimento Não Fracking Brasil. Representantes de etnias indígenas protestaram contra o uso do fraturamento hidráulico (fracking) no Brasil, uma técnica de extração de gás em terra. Os manifestantes consideram a técnica uma ameaça aos aquíferos, às aldeias e aos pequenos agricultores.

*Matéria atualizada às 18h01 para acréscimo de informação.

Creative Commons - CC BY 3.0

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