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Angolana vota nas primeiras eleições gerais do país após fim da guerra civil em 2002

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Pleito deste ano representa "enorme evolução" em relação ao de 2008, aponta chefe da CLPL

Criado em 01/09/12 12h44 e atualizado em 01/09/12 13h17
Por Agência Lusa

O chefe da missão de observadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) destacou hoje a “enorme evolução” na organização das eleições gerais em Angola, em relação às legislativas de 2008, apesar da incidência de “algumas falhas”.

“Estive aqui em Luanda em 2008 e testemunho a enorme evolução que o processo teve”, disse, hoje, o moçambicano Leonardo Simão, em entrevista à agência Lusa, um dia depois das eleições gerais em Angola.

“O processo eleitoral decorreu num ambiente de tranquilidade, serenidade, com um grau de organização bastante elevado”, embora com algumas falhas aqui e acolá”, afirmou o chefe da missão dos observadores da CPLP, que deslocou 10 técnicos para testemunhar o processo eleitoral.

Segundo Leonardo Simão, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros de Moçambique e atual diretor da Fundação Joaquim Chissano, a missão da CPLP detectou atrasos na abertura de alguns postos de voto, destacando uma situação em Viana, nos arredores de Luanda, onde os membros de algumas mesas não apareceram, devido a um dano num ônibus.

“Isso enervou alguns eleitores, que não encontravam a sua mesa e também a comunicação não foi muito boa, houve um conflito, mas tudo se resolveu no período da tarde”, descreveu,

Leonardo Simão salientou também a ausência de delegados de lista em algumas mesas de voto, adiantando que os partidos não receberam financiamento a tempo para recrutar e formar pessoas e afetá-las a mais de 25 mil postos de votação em todo o país. “Isso fez com que a sua campanha eleitoral fosse relativamente fraca”, analisou.

Leonardo Simão referiu-se também à aprovação tardia da lei eleitoral, em dezembro, e à impugnação, entretanto, da presidente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE). “O tempo material para a preparação das eleições foi bastante curto”, considerou, lembrando que uma votação como esta “leva dois anos para preparar”.

“Não obstante, os resultados atingidos são de saudar”, concluiu o chefe dos observadores da CPLP, que considerou “normal” o anúncio da UNITA, na manhã do dia eleitoral, de impugnar a votação.

“É normal que os partidos políticos que não estejam satisfeitos com os resultados ou com o processo apresentem a sua reclamação. Têm de fazer isso de acordo com a lei eleitoral, que prevê isso”, afirmou.

O chefe dos observadores disse ainda que as “leis são evolutivas”, sobretudo em África, e “é possível e provável que os angolanos façam o balanço deste processo e cheguem à conclusão de que a sua lei eleitoral precise de aprimoramentos à luz do que a experiência ditou”.

Apesar das acusações de irregularidades do principal partido de oposição, e da dura resposta do MPLA, no poder, Leonardo Simão disse ter testemunhado “um ambiente mais distendido” em relação a 2008, quando “havia uma certa tensão no ar e uma certa incerteza sobre o que ia acontecer“.

Agora, “as pessoas até perguntavam ‘será que se está a preparar eleições?’”, referiu Leonardo Simão. “Isto significa que as eleições vão entrar na vida normal política do país”, que “teve um conflito grave e muito prolongado”, terminado em 2002, e deixou “sequelas bastante profundas e por muito tempo”.

Pala sua própria experiência em Moçambique, que comemora este ano duas décadas de paz, “sente-se sempre resquícios desse passado bastante conturbado” e, no caso angolano, dez anos “é um período bastante curto para uma pacificação total dos espíritos, que precisa do seu tempo”.

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