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Maioria dos países não cumprirão os Objetivos do Milênio na saúde materna e infantil
Criado em 27/09/12 12h26
e atualizado em 27/09/12 17h37
Por Agência Lusa
Lisboa - A maioria dos países com elevadas taxas de mortalidade infantil e materna não deverão cumprir os objetivos do milênio relativos à saúde de mães e filhos até 2015, conclui o primeiro relatório de um grupo independente de peritos da ONU.
O grupo salienta também que "há sinais de que os compromissos dos doadores e dos países diminuirão devido à crise", o que "pode ter consequências devastadoras" para a sobrevivência de milhões de mulheres e crianças em todo o mundo.
Encarregado pelo secretário-geral das Nações Unidas de monitorar a evolução dos indicadores relativos ao quarto e quinto objetivos de desenvolvimento do milênio (ODM) - reduzir a mortalidade infantil e melhorar a saúde das grávidas, respetivamente -, o Grupo independente de Peritos (GiP) tem como foco os 75 países onde ocorrem 98% das mortes maternas, neonatais e infantis.
Apesar de reconhecer uma grande evolução nos indicadores, sublinhando que o número de crianças mortas antes dos cinco anos diminuiu de 11,6 milhões em 1990 para 7,2 milhões em 2011, o grupo alerta que ainda há grandes preocupações.
Segundo as suas estimativas, apenas 13 dos 75 países está no bom caminho para atingir o objetivo número quatro - Bangladesh, Brasil, China, Egito, Guatemala, Libéria, Madagascar, Marrocos, Nepal, Peru, Tadjiquistão, Turquemenistão e Vietname - e apenas quatro deverão alcançar o objetivo número cinco: China, Egito, Marrocos e Peru.
Para alcançar o objetivo número cinco, por exemplo, a taxa anual de declínio da mortalidade materna devia ser de 5,5 por cento, mas desde 1990 a queda a nível mundial foi de apenas 1,9 por cento, alertam os peritos.
Eles identificaram "muitas deficiências" no cumprimento dos compromissos com a saúde materna e infantil e, sublinham que "a energia e a retórica" em torno destes assuntos não são acompanhadas de resultados.
Apesar de terem sido assumidos 220 compromissos com a iniciativa do secretário-geral da ONU para a saúde infantil e materna, "Cada Mulher, Cada Criança", não foi ainda possível documentar com precisão o seu impacto, escrevem os analistas, que lamentam a falta de evidência por parte de doadores, agências e setor privado.
Conheça os Objetivos do Milênio
O relatório destaca que a região com maiores taxas de mortalidade materna e infantil é a África Subsaariana e alerta que esta região tem de tornar-se uma maior prioridade global para todos os parceiros.
Os ODM foram estabelecidos num quadro global de desenvolvimento humano, operacionalizado através de oito objetivos principais a alcançar até 2015, tendo 1990 como ano base. São eles: erradicar a pobreza extrema e a fome, atingir a educação básica de qualidade para todos, promover a igualdade entre os sexos e a capacidade da mulher, reduzir a mortalidade infantil, melhorar a saúde materna, combater o VIH/AIDS, a malária e outras doenças, garantir a sustentabilidade ambiental e estabelecer uma parceria global para o desenvolvimento
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