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Espanha

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Tensão entre governo e partidos nacionalistas catalães aumenta

Criado em 25/10/12 10h27 e atualizado em 25/10/12 10h43
Por Agência Lusa

Espanha
Espanha (SubtePanda/Creative Commons)

Madri, 24 out (Lusa) – O debate sobre a independência da Catalunha está causando crescente tensão entre forças políticas nacionalistas da região e o Governo, com a polêmica chegando ao parlamento europeu e provocando a demissão de uma dirigente socialista.

Nos últimos dias, uma polêmica carta em que eurodeputados catalães denunciaram junto da União Europeia uma suposta ameaça da Espanha de usar forças militares na Catalunha só fez aumentar a tensão. Igualmente polêmica foi a troca de comentários entre o presidente do Governo, Mariano Rajoy, e o líder da Convergência e União (CiU) e chefe do Governo regional catalão, Artur Mas, em torno do pacto orçamentário e econômico para a região.

O ex-presidente do Governo, José María Aznar, somou-se também à polêmica ao afirmar na noite de ontem (24) que a Espanha “vai se romper”, advertindo que isso só poderia ocorrer “se a Catalunha sofresse antes a sua própria ruptura como sociedade, como cultura e como tradição”.

Aznar fez uma calorosa defesa em prol da unidade da Espanha, acusando os nacionalistas catalães de “deslealdade” para com o pacto constitucional e afirmando que “quem romper a Constituição terá a porta de saída da Europa”.

A polêmica intensificou-se nos últimos dias depois de, numa carta enviada à Comissão Europeia, os eurodeputados Ramon Tremosa (CiU), Raul Romeva (ICV), Maria Badía (PSC) e Ana Miranda (ERC) acusarem o vice-presidente do Parlamento Europeu, o espanhol Alejo Vidal-Quadras, e dois ex-coronéis de terem ameaçado com a intervenção das Forças Armadas na Catalunha se for convocado um referendo ilegal sobre autodeterminação.

Depois de ser conhecido o conteúdo da carta – onde os parlamentares pediam à comissão que se pronunciasse contra a possibilidade de qualquer ação militar contra a população catalã – o próprio Vidal-Quadras escreveu à Comissão para garantir que ele nunca tinha feito qualquer ameaça desse tipo.

O assunto levou Maria Badia a apresentar a sua demissão como secretária-geral da delegação socialista espanhola no Parlamento Europeu – mantém-se como eurodeputada –, por assinar uma carta que o próprio líder do PSOE, Alfredo Pérez Rubalcaba, considerou “absolutamente equivocada”.

O assunto chegou ao Congresso de Deputados em Madri, onde o porta-voz da CiU, Pere Macías, disse compreender o conteúdo da carta, que considerou uma resposta ao “excesso verbal” de alguns ex-membros do Exército sobre o “debate independentista” na Catalunha.

Em resposta, o porta-voz do PP, Alfonso Alonso, pediu “sensatez”, considerando que cartas como a enviada à CE são um ataque “à inteligência dos catalães e dos espanhóis”. “Não tem pés nem cabeça, nem sentido. Deveriam refletir e retificar”, afirmou Alonso.
Também o primeiro-secretário do PSC (Partido Socialista da Catalunha), Pere Navarro, considerou negativo aumentar a tensão na sociedade catalã através de “linguagem paramilitar”, pedindo que se mantenham “a razão e os pontos de diálogo”.

Já Oriol Junqueras, presidente da Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), alimentou a polêmica, pedindo diretamente a Mariano Rajoy que “se comprometa publicamente a não utilizar as Forças Armadas” contra a Catalunha se o povo da região autônoma se expressar a favor da independência.

A Esquerda Unida (IU) tornou pública uma resposta do Governo, datada de 15 de outubro, em que assegurava que os militares reformados “não estão sujeitos às leis penais e disciplinares militares”, pelo que não têm limitado o seu direito a expressar-se livremente. A IU tinha questionado o Governo se  pensava tomar qualquer medida disciplinar contra a Associação de Militares Espanhóis (AME), por publicar uma nota que expressava “continuas manifestações golpistas”.

Creative Commons - CC BY 3.0

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