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Diretor para os assuntos políticos da ONUSIDA, o brasileiro Luiz Loures.
 Luiz Loures, director de asuntos políticos y públicos de ONUSIDA

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Progressos no combate à Aids permitem falar em fim da epidemia

Criado em 20/11/12 17h23 e atualizado em 20/11/12 18h31
Por Agência Lusa

Luiz Loures
"Temos evidências de que podemos avançar para o fim da epidemia de Aids", disse o brasileiro Luiz Loures (ONUSIDA)

Genebra - Os progressos alcançados no combate à Aids revelam que é possível avançar para o fim da epidemia no mundo, disse hoje à agência Lusa o diretor para os assuntos políticos da ONUSIDA, o brasileiro Luiz Loures.
"Temos, como nunca antes, evidências de que podemos avançar para o fim da epidemia de Aids. Temos em 25 países uma redução das taxas de transmissão do HIV em 50%, 13 desses países estão na África, são dos mais afetados", disse Luiz Loures.


O responsável, que falava à agência Lusa por telefone a partir de Genebra, comentava os dados do relatório global da agência das Nações Unidas para a Aids [ONUSIDA), divulgados hoje, e que revelam quebras importantes no número de novas infeções por HIV e de mortes relacionadas com a doença.

"Temos mais gente em tratamento do que à espera de ser tratada, o que é inédito. Estamos a progredir e podemos começar a falar que é possível caminhar para o fim da Aids", acrescentou. Luiz Loures ressalvou que os desafios continuam em algumas regiões, apontando como exemplos a Leste da Europa e o Oriente Médio.

"[No Leste da Europa] a epidemia continua a crescer de forma preocupante, relacionada com as dificuldades de acesso aos programas de prevenção por parte dos utilizadores de drogas. É um fator que nos preocupa", disse, apontando o programa português de combate à Aids entre os toxicodependentes como um exemplo a seguir. "Portugal tem um programa excelente, talvez um dos melhores do mundo", sublinhou, referindo-se ao plano de troca de seringas.

No Oriente Médio, Luiz Loures apontou "a pouca abertura" para tratar de assuntos relacionados com a transmissão da Aids, que é uma doença sobretudo de transmissão sexual. Mas, os maiores desafios continuam na África, região onde a epidemia é maior, considerou. "Não podemos baixar a guarda", disse, apontando os casos da África do Sul e de Moçambique.

"Moçambique é uma epidemia de proporções importantes, muito semelhante à da África do Sul - que continua a ser a mais importante do mundo. Há algumas evidências de progresso no crescimento no acesso a antirretrovirais e na redução do número de mortes, mas tem que se avançar mais na prevenção", considerou.


O diretor para os assuntos políticos da ONUSIDA ressalvou, contudo, que em Moçambique, 50% das mulheres grávidas infectadas com o HIV têm acesso à prevenção, o que tem permitido a redução da transmissão da mãe para o filho. "Mas ainda se pode fazer mais", sublinhou.
Considerando que em Angola a taxa de infeção é "considerada baixa", Luiz Loures defendeu uma maior aposta do país na prevenção.


Na Guiné-Bissau, o responsável da ONUSIDA considera que a atenção se deve centrar em fenômenos que surgem associados a conflitos, como a violação e a violência sexual. Portugal é apontado por Luiz Loures como "exemplo de um programa [de prevenção] muito compreensivo e desde o início muito aberto a tratar de problemas complicados como a prevenção entre os utilizadores de drogas". 

Relativamente ao Brasil, o responsável da ONUSIDA destacou as taxas de cobertura e tratamento, "das mais altas da América Latina", apontando o rastreio massivo que o governo brasileiro tem em curso como "uma boa iniciativa". "É muito importante que as pessoas tenham conhecimento da sua condição e acesso aos programas de prevenção e tratamento. Sabemos que quem trata não transmite. E isso é um comportamento muito importante para podermos vislumbrar o fim da epidemia da Aids: tratar todos os que estão infetados", disse.


Questionado sobre se a crise econômica e financeira poderá prejudicar o investimento no tratamento e prevenção da doença, Luiz Loures considerou ser “impossível retroceder”. "Temos que ter mais atenção para que os recursos disponíveis sejam aplicados em áreas onde temos certeza que vai haver mais retorno. Tem que haver maior controle do dinheiro, mas temos que expandir a base financeira para gerir a epidemia", disse, dando como exemplo a criação da taxa sobre transações financeiras e a repartição de responsabilidades com os países que registam crescimento econômico.

Creative Commons - CC BY 3.0

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