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Estudantes consideram insuficiente renúncia de ministro no Chile
Criado em 17/12/12 20h30
e atualizado em 17/12/12 20h54
Por Portal EBC
Fonte:Prensa Latina
O ministro chileno de Justiça, Teodoro Ribera, apresentou sua demissão nesta segunda-feira (17) ao presidente Sebsatián Piñera, após a divulgação de vínculos com um ex-funcionário que teve prisão preventiva decretada pelo crime de corrupção.
Um dos porta-vozes da Confederação de Estudantes do Chile (Confech), Andrés Fielbaum, presidente da Federação de Estudantes da Universidade do Chile, considerou que “por mais que continuem caindo cabeças, nos interessa que se ataque o problema de fundo”.
Essa é também a opinião do presidente da Federação de Estudantes da Universidade Católica, Diego Vela. “Temos visto a renúncia de muitos ministros. Isso serve para limpar a imagem, mas não para resolver o problema”, disse.
O movimento estudantil é um dos setores que pedem a investigação das relações que Ribera teve, como reitor da universidade, com Eugenio Diaz, que era então responsável por uma agência governamental que classifica as universidades no Chile em termos de qualidade de ensino.
Fielbaum critica a postura do ministro da Educação Harald Beyer, que, segundo ele, trata a questão como um caso pontual, apesar das várias denúncias que tem sido feitas.
Segundo a Fiscalía, espécie de Ministério Público chileno, durante o período de 2009 a 2011, Diaz recebeu cerca de U$ 620 mil pelo pagamento de assessorias realizadas a cinco universidades que buscavam boa avaliação do Ministério da Educação para poder funcionar. A Universidade Autônoma foi credenciada nessa época, quando Ribera era reitor.
Denúncias
E-mails publicados pela imprensa chilena mostram que Diaz teria oferecido suborno para que a universidade fosse colocada em boa posição, antes de Ribera assumir o cargo de ministro. Já no ministério, Ribera garantiu a Diaz emprego governamental em uma escola que treina guardas prisionais.
Em um dos e-mails, Diaz pedia favores familiares ao então ministro da Justiça. Ribera alegou que se tratava de uma relação circunstancial e que nunca houve pagamento. “Minha vinculação é colateral, se refere a mensagens eletrônicas que o senhor Diaz enviava recomendando pessoas para contratar, não necessariamente parentes dele”, afirmou.
O governo do presidente Sebastián Piñera saiu em defesa do titular de Justiça, que negou estar envolvido em casos de corrupção, mas considerou que o melhor era deixar a pasta.
“Não há nenhum ato ilícito nos antecedentes que se conhecem. Existiram atos de imprudência, erros, mas não delitos”, disse a porta-voze governamental Cecilia Pérez.
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