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Eleições presidenciais no Equador estão marcadas para fevereiro de 2013

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Conheça os candidatos à presidência do Equador

Criado em 01/02/13 17h01 e atualizado em 14/02/13 19h46
Por Leandro Melito* - Portal EBC

No próximo dia 17 de fevereiro cerca de 11,5 milhões de equatorianos devem ir às urnas para escolher o presidente, o vice presidente, 137 deputados e cinco parlamentares andinos para o período de 2013 a 2017. Sete candidatos concorrem com o atual presidente do país.

Conheça os candidatos e suas propostas

Rafael Correa – movimento Aliança PAIS (Patria Altiva e Soberana)

 

Rafael Correa tenta reeleição no Equador
Após seis anos de governo, o presidente do Equador Rafael Correa tenta reeleição no dia 17 de fevereiro (Luis Astudillo C./ Agência Andes)

O economista Rafael Correa foi professor universitário e ministro de Economia e Finanças durante quatro meses no governo de Alfredo Palácio, que assumiu o palácio de Carondelet após a destituição de Lucio Gutierrez em 2005. Nas eleições de 2006, sua principal promessa de campanha foi a convocatória de uma Assembleia Constituinte. Já no cargo em 2007, Correa convocou a Assembleia que elaborou o novo texto e aprovou em 2008 a atual Constituição do Equador. Com base na Carta Magna,  foram realizadas novas eleições em 2009 e Correa foi eleito com 51% dos votos.

O atual presidente  tirou licença do cargo para se dedicar à  campanha eleitoral, na qual defende o aprofundamento das mudanças implementadas nos seis anos em que está no governo. Para  isso ele espera, além da reeleição, contar com maioria parlamentar para conseguir aprovar suas propostas. “Esse é o principal problema que temos tido para avançar mais rápido”, afirma.

Entre as medidas implementadas em seu governo, que ele define como “revolução cidadã”, Correa ressalta em sua campanha o período de estabilidade política alcançado após uma década de sucessivos governos que não se completaram e a recuperação da economia, com a decisão de  negar o pagamento da dívida externa e a renegociação dos contratos petroleiros, setor que corresponde à 40% das exportações do país. Outra marca de seu governo foram as políticas sociais, como a Bolsa de Desenvolvimento Humanos, uma renda mensal oferecida pelo governo à população de baixa renda.

Em 2009 seu governo foi alvo de protestos populares do movimento indígena que se mostrou contrário à Lei de Mineração, aprovada no Congresso.

Em 2010 o Equador foi atingido por uma crise política gerada por manifestações de policiais contra o corte de benefícios e a redução de salários definidos em decreto presidencial. Na ocasião, o presidente decretou estado de excessão no país e ameaçou dissolver a Assembleia Nacional após denunciar tentativa de golpe de Estado. Em 2012, o governo Correa concedeu asilo político na embaixada do Equador em Londres ao fundador do portal Wikileaks Julian Assange, condição que pretende manter caso seja reeleito.


Guillermo Lasso - movimento Creo (Criando Oportunidades)

Guillermo Lasso aparece como principal opositor a Correa em eleições do Equador
O ex-banqueiro Guillermo Lasso aparece em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto para a presidência do Equador (Víctor H Asencio / Agência Andes)

O empresário Guillermo Lasso , ex-presidente do Banco de Guayaquil é ligado politicamente ao ex-presidente Jamil Mahuad (1998 – 2000), deposto por um golpe militar após o congelamento da conta bancária dos equatorianos em meio a uma forte crise financeira. Na época em que Mahuad estava no poder, Lasso foi eleito governador de Guayaquil e chegou a assumir o ministério da Economia após o “feriado bancário”, como ficou conhecida a impopular medida.

O ex-banqueiro foca sua campanha presidencial na proposta de geração de empregos, por meio de estímulos tributários para diferentes setores comerciais do país. “Proponho as zonas geradoras de empregos, zonas francas que gerem trabalho de qualidade”, defende. Outra proposta apresentada por ele em campanha é a diversificação da economia, "para que ela não dependa dos preços internacionais do petróleo nem dos créditos chineses". Para isso pretende mudar a matriz produtiva do país, por meio de um plano de irrigação, indústrias agrícolas, empréstimos  e estímulos fiscais para a educação no campo.

Outra ação defendida pelo ex-banqueiro é a eliminação de nove impostos. “Minha proposta ao eliminar os impostos é deixar esse dinheiro nas mãos do setor produtivo para que tenha o estímulo de levar adiante novos projetos e gerar mais emprego no Equador”, afirma.

 

Ex-presidente concorre em eleições no Equador
Presidente destituído em 2005, o ex-coronel Lucio Gutiérrez concorre novamente pela presidência no Equador (Luis Astudillo C./ Agência Andes)

Lúcio Gutierrez - Partido Sociedade Patriótica (PSP)

Ex-coronel do exército, mestiço e nascido na região mais pobre do país, Tena, na região Amazônica, Gutierrez participou de um golpe de estado em janeiro de 2000 contra o governo de Jamil Mahuad, responsável pelo congelamento da poupança dos equatorianos no episódio que ficou conhecido como “feriado bancário”.

Chegou a instaurar um triunvirato, acompanhado de um representante da sociedade civil e outro do movimento indígena, mas teve de deixar o poder em respeito à Constituição de 1998. Em 2003 foi eleito pelo Partido Sociedade Patriótica, criado por ele na época do golpe. Governou o país até 2005, quando foi derrubado sob acusações de corrupção. Após uma onda de protestos populares, Gutiérrez deixou o país de helicóptero e se asilou no Brasil. Em outubro de 2005 o ex-presidente voltou ao Equador, se apresentou à Justiça e foi inocentado. Gutiérrez foi o principal opositor de Rafael Correa nas eleições de 2009.

Em sua campanha, o ex-presidente tem defendido que o Equador saia da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (ALBA), da qual também participam Bolívia e Venezuela. “A Alba é um clube ideológico e o Equador está farto de que venham países estrangeiros nos impor uma ideologia”, afirma. O ex-presidente defende acordos comercias com os EUA, União Européia e o Sistema Econômico Ásia -Pacífico. “Temos que rever todos os acordos internacionais firmados por esse governo”, defende. Entre as porpostas de Gutierrez estão a redução de impostos para as empresas que gerarem emprego, além de oferecer créditos produtivos.  O candidato também pretende reduzir as taxas cobradas pelos bancos no Equador, assim como a eliminar impostos sobre as terras, impostos verdes e o imposto de saída de capitais.


Alberto Acosta - Unidade Plurinacional de Esquerdas ( Movimento Popular Democrático e Pachacutik)

Ex partidário de Correa faz oposição à esquerda no Equador
O enconomista Alberto Acosta integrou o primeiro governo de Correa e hoje apresenta candidatura própria junto aos movimentos populares (Micaela Ayala / Agência Andes)

O economista Alberto Acosta foi ministro de Minas e Energia do Equador no primeiro mandato de Rafael Correa e presidiu a Assembleia Constituinte, responsável pela elaboração e aprovação da Constituição de 2008. Acosta rompeu com Correa em 2009 por considerar que o presidente exerceu demasiada influência na aprovação do texto constitucional, quando o partido de ambos, Aliança País, contava com aproximadamente 70% de presença no Congresso.

Após deixar o partido governista, Acosta se aliou a outros setores que deixaram a base de apoio de Rafael Correa depois de apoiá-lo nas eleições de 2006, o Movimento Popular Democrático e o Pachakutik, braço partidário do movimento indígena, que representou a principal força de oposição aos governos equatorianos durante a década de 90.

Entre as propostas de sua campanha de Acosta está a revogação da Lei de Mineração, aprovada em 2009 e principal motivo da ruptura do movimento indígena com o atual presidente.

Acosta considera que o interesse do país pela mudança foi refletido no processo eleitoral de 2008 quando se aprovou a nova Constituição do país e realizou uma marcha que chamou de “grande caminhada pela mudança verdadeira”, onde apresentou suas propostas de governo focadas na eliminação da pobreza e na garantia da soberania alimentar com o lema “fome zero no Equador”.

Também figuram entre suas propostas a luta contra a corrupção, a reestruturação das políticas sociais, a redistribuição de riqueza, por meio da garantia de igualdade de recursos para as cidades e a redução de impostos.

 

Magnata concorre pela quinta vez à presidência do Equador
O magnata Álvaro Noboa tenta pela quinta vez chegar à presidência do Equador (Eduardo Flores / Agência Andes)

Alvaro Noboa - PRIAN (Partido Renovador Institucional Ação Nacional)

O milionário Alvaro Noboa, concorre pela quinta vez à presidência do Equador tendo como vice sua esposa Anabella Azín . Após uma disputa familiar na Justiça, Noboa herdou de seu pai uma das maiores empresas produtoras e exportadoras de banana do mundo.

Ainda hoje a empresa, que já sofreu acusações de explorar trabalhadores e empregar menores, é sua principal fonte de renda.

Formado em direito, Noboa entrou para a vida pública em 1996 quando foi diretor da Junta Monetária no governo de Abdala Bucaram, destituído em 1996 em meio a denúncias de corrupção e considerado “mentalmente incapaz” de exercer o governo pelo Congresso equatoriano.

Em 1998 o empresário concorreu pelo partido de Bucaram, o Partido Roldosista Equatoriano (PRE), mas perdeu para Jamil Mahuad, destituído por um golpe militar em 2000.

Noboa criou então o Partido Renovador Institucional Ação Nacional (Prian), se candidatou novamente em 2002 e foi derrotado pelo ex-coronel Lucio Gutierrez, um dos protagonistas do golpe que tirou Mahuad do poder. Em 2006 e 2009, foi derrotado nas urnas por Rafael Correa.

A campanha de Noboa foi marcada por doações de produtos e dinheiro para hospitais, centros de reabilitação e moradores de bairros populares. Ele diz que prefere fazer doações a gastar com broches, camisetas e campanha eleitoral e justifica que, com o gesto, ajuda a criar microempresários. “Tem que dar as redes e ensinar a pescar, não só dar o peixe. Eu dou trabalho”, afirmou. Caso seja eleito, Noboa promete ajudar também as grandes empresas. “Hoje entregamos microempresas, mas em nosso próximo governo serão as grandes empresas que se desenvolverão”, promete. Noboa se diz partidário da educação universitária gratuita e afirmou que se chegar à presidência mudará também a política agrária do país com créditos e redução de impostos.

*Com informações da agência pública de notícias do Equador, Andes

Creative Commons - CC BY 3.0

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