Lider golpista pretende reformar forças armadas no Mali

Criado em 13/02/13 18h46 e atualizado em 13/02/13 19h15
Por © Agência Lusa

Conflitos no Mali, África. (Magharebia / Creative Commons)

(Lusa) - O líder do golpe que derrubou o governo do Mali em março passado, abrindo caminho para a tomada do norte do país por rebeldes islamitas, foi empossado nesta quarta-feira (13) para comandar uma comissão com objetivo de reformar as forças armadas.

Amadou Sanogo, capitão do exército, assumiu o cargo criado especialmente para ele como incentivo para aceitar um governo de transição que conduza o país até as próximas eleições. As divisões dentro do exército do Mali levaram a um confronto entre duas correntes na última sexta-feira (08) que causaram a morte de dois civis.

Leia também:

Antes exemplo de democracia, Mali mergulha em guerra civil

Cidade no Norte do Mali vira palco de disputas

O novo posto para Sanogo implica que ele passe a viver em instalações do Estado-maior do Exército, uma disposição que fontes políticas e militares afirmam que visa afastar Sanogo dos seus correligionários, que se fixaram na cidade de Kati.

Sanogo recebeu treinamento militar nos Estados Unidos e depôs o presidente Amadou Toumani Toure no golpe de Estado de 22 de março, sob a acusação de que o chefe de Estado teria permitido a humilhação do exército por rebeldes separatistas.

Comparando-se com o herói de guerra e ex-presidente da França Charles de Gaulle, Sanogo apresentou-se como salvador do Mali mas acabou por ceder o controle do país ao governo interino.

No entanto, sua influência continuou a ditar o rumo do país, como quando ordenou a prisão do primeiro-ministro interino Cheick Modibo Diarra, forçando-o a demitir-se. Com o exército dividido e desorientado, os extremistas islamitas tomaram o norte do país, impondo uma forma brutal da lei islâmica.

Em11 de janeiro deste ano começou uma campanha militar francesa que expulsou os islamitas das cidades que tinham conquistado. Apesar da operação militar francesa, os islamitas não pararam, recorrendo agora a ataques de homens bomba e ações de guerrilha.

Dê sua opinião sobre a qualidade do conteúdo que você acessou.

Para registrar sua opinião, copie o link ou o título do conteúdo e clique na barra de manifestação.

Você será direcionado para o "Fale com a Ouvidoria" da EBC e poderá nos ajudar a melhorar nossos serviços, sugerindo, denunciando, reclamando, solicitando e, também, elogiando.