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ONU considera que consumo de droga à escala mundial fica estável
Criado em 26/06/13 10h35
e atualizado em 26/06/13 16h06
Por © Agência Lusa
O consumo de droga à escala mundial está estável, estimando-se que 14 milhões de pessoas se injetem com drogas em todo o mundo, das quais 1,6 milhões estão infectadas com HIV, indica o relatório mundial sobre drogas da Organização das Nações Unidas (ONU).
O relatório anual, com dados relativos ao ano de 2011, salienta que o consumo simultâneo de drogas, "especialmente a combinação de medicamentos de venda com receita e substância ilícitas, continua a ser uma preocupação", nomeadamente o abuso de "sedantes e tranquilizantes", com mais de 60% dos países compreendidos no estudo considerando estas substâncias entre os três primeiros tipos de abuso.
"O crescente número de Novas Substâncias Psicotrópicas (NSP) que aparece no mercado é também uma questão de grande importância para a saúde pública, não só pelo crescente consumo, mas também pela ausência de investigação científica e desconhecimento dos seus efeitos negativos", acrescenta o resumo do relatório sobre drogas.
Entre os 14 milhões de consumidores calculados, com idades entre os 15 e os 64 anos, os números traduzem, contudo, uma diminuição de cerca de 12% das pessoas que se injetam com drogas e de 46% das que se injetam e estão afetadas pelo vírus HIV, desde as estimativas em 2008.
No ano de 2011, o número de mortes relacionadas com o consumo de drogas foi calculado em 211 mil, sendo que a maioria das mortes ocorreu na população mais jovem e, de acordo com o relatório, poderia ter sido evitada.
O tráfico de entorpecentes tem sido um problema para as autoridades e as zonas da África oriental e ocidental ganham peso nas novas rotas marítimas utilizadas pelos traficantes, levando as apreensões na região a aumentarem, e em muitos casos multiplicando-se por 10.
Por outro lado, os traficantes procuram também novas rotas terrestres, além daquelas que utilizam a zona dos Balcãs, e outras passando pelo sul do Afeganistão, Irã ou Paquistão estão também sendo usadas.
Em todo o mundo a produção de cocaína foi estimada em cerca de 155.600 hectares em 2011, sem alterações relativamente a 2010, mas menos 14% do que em 2007 e menos 30% do que em 2000, mesmo assim com capacidade de produção de 776 a 1.051 toneladas.
O relatório salienta também que o consumo de estimulantes anfetamínicos, excluindo o "ecstasy", continua a aumentar e calcula-se que em 2011 0,7% da população mundial entre os 15 e os 64 anos, ou 33,8 milhões de pessoas, consumiram estas substâncias no ano anterior.
Já a prevalência do "ecstasy", num universo de 19,4 milhões de pessoas, foi mais baixa do que em 2009, enquanto a canábis foi a substância mais utilizada, com um total de consumidores mais ou menos regulares estimado de 180,6 milhões de pessoas, ou 3,9% da população mundial.
O relatório salienta ainda ser necessário "estabelecer um sistema de alerta imediato" aos Estados sobre substâncias emergentes e que seja prestado apoio a um fenômeno complexo e em evolução, partilhando experiências e respostas regionais antes de estudar uma resposta mundial ao problema.
Assista: "Brasil tem crescente mercado consumidor de cocaína, aponta relatório"
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