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Denúncias de espionagem no Brasil e no mundo completam um mês e meio

Criado em 16/07/13 12h24 e atualizado em 16/07/13 12h35
Por Renata Giraldi Edição:José Romildo Fonte:Agência Brasil

Brasília – O ex-consultor norte-americano Edward Snowden, de 29 anos, que denunciou um esquema de espionagem a cidadãos dos Estados Unidos e estrangeiros por agências secretas de seu país, provocou uma onda de escândalos no Brasil e no mundo. Desde junho, quando iniciou as revelações, Snowden trouxe à tona informações sobre o monitoramento a dados privados e a ausência de controle dos Estados, além das suspeitas de invasões dos norte-americanos.

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As revelações de Snowden geraram reações do governo da presidenta Dilma Rousseff e de autoridades brasileiras que cobram explicações dos Estados Unidos sobre as denúncias. Também há uma equipe técnica formada por integrantes de vários setores públicos que busca soluções para a preservação dos dados dos cidadãos e autoridades tanto na internet como de telefonia. A seguir, a cronologia envolvendo o ex-consultor norte-americano e suas informações.

6 de junho de 2013
O jornal britânico The Guardian publicou reportagens informando que a Agência Nacional de Segurança norte-americana (cuja sigla em inglês é NSA) tinha acesso a registros telefônicos e dados na internet de usuários da operadora Verizon, nos Estados Unidos. Segundo as reportagens, a justificativa da Casa Branca era a necessidade de registrar as chamadas telefônicas dos cidadãos no país.

7 de junho
Os jornais The Washington Post e The Guardian revelam que há programas de espionagem secretos, utilizados pelo governo dos Estados Unidos, para registrar chamadas no país e também para ter acesso a dados nas principais empresas que atuam na internet. O objetivo alegado pelas autoridades norte-americanas, segundo as reportagens, é verificar as conexões com o terrorismo internacional. As informações são de que o controle parte da NSA e do FBI, que recebem dados dos servidores Microsoft, Yahoo, Google, Facebook, PalTalk, AOL, Skype, YouTube e Apple.

9 de junho
O então consultor Edward Snowden, que trabalha para uma empresa terceirizada que presta serviços para a Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA), é apontado com a única fonte das denúncias sobre espionagem. O norte-americano é localizado em Hong Kong, depois de passar pelo Havaí.

11 de junho

A empresa Booz Allen Hamilton, na qual trabalhava Snowden, no Havaí, despede o funcionário que deflagrou a onda de denúncias por violar a política e o código ético. Na Rússia, as autoridades sinalizam interesse em conceder asilo a Snowden.

12 de junho

Snowden concede entrevista e diz que os Estados Unidos espionam há anos a China e Hong Kong.

13 de junho

As autoridades dos Estados Unidos apresentam queixa contra Snowden e indicam temor de ele filtrar dados a partir da China.

16 de junho

O governo de Hong Kong garante que tratará o caso Snowden com base na legislação.

22 de junho

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, solicita formalmente a extradição de Snowden, que está em Hong Kong.

23 de junho

Snowden revela que os Estados Unidos espionaram uma universidade de destaque na China. Posteriormente, o norte-americano deixa Hong Kong em direção a Moscou em um voo comercial. Um total de 21 países, incluindo o Brasil, recebem pedido de asilo de Snowden. O governo do Equador confirma ter recebido o pedido.

24 de junho

Julian Assange, fundador do WikiLeaks, conversou com Snowden por telefone e passou a defender suas ações e resguardar seu paradeiro.

25 de junho

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, confirma que Snowden está em uma área de trânsito no aeroporto de Sheremétievo (em Moscou) e descartou sua extradição.

27 de junho

Movimentos sociais na Rússia apoiam Snowden e fazem manifestações em seu favor. O presidente norte-americano, Barack Obama, nega que enviará aviões para interceptar Snowden.

29 de junho

O presidente do Equador, Rafael Correa, revelou que o vice-presidente norte-americano, Joe Biden, telefonou para ele e pediu que não conceda asilo a Snowden.

30 de junho

O jornal alemão Der Spiegel revelou que a Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA) também pediu instruções à União Europeia e que não só acessou as comunicações dos cidadãos dos países do bloco, como também espionou representantes do grupo.

1º de julho

O jornal britânico The Guardian publica reportagens revelando que os serviços secretos norte-americanos monitoravam a missão da União Europeia, em Nova York, e mais 38 embaixadas, inclusive da França, da Itália, da Grécia e de países do Oriente Médio.

2 de julho

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, diz que Snowden deseja ficar na Rússia.

3 de julho

Os governos da Espanha, de Portugal, da Itália e da França negam autorização de sobrevoo e aterrissagem ao avião do presidente da Bolívia, Evo Morales, por desconfiança de Snowden estar escondido na aeronave. O líder boliviano voltava de uma viagem à Rússia onde participava do 2º Fórum de Países de Gás. Ele foi obrigado a mudar a rota de viagem e ficar cerca de 13 horas em Viena, na Áustria.

4 de julho

A presidenta Dilma Rousseff e vários líderes latino-americanos reagem com indignação ao veto dos europeus ao avião de Morales. Para os latino-americanos, foi uma afronta a todos da região.

5 de julho

A Comissão Europeia exige dos Estados Unidos total transparência sobre a aplicação de acordos que mantém com a Europa para o controle de dados e o combate ao terrorismo, advertindo que se isso não ocorrer, terão de ser reconsiderados os acordos existentes.  

7 de julho

Nos Estados Unidos, alguns parlamentares norte-americanos lançaram ameaças contra os países latino-americanos que considerarem a possibilidade de concessão de asilo a Snowden, inclusive propondo a imposição de sanções econômicas e comerciais. O presidente do Comitê de Inteligência da Câmara de Representantes, o republicano Mike Rogers, foi o primeiro a propor as reações aos que apoiarem o ex-consultor. No Brasil, O jornal O Globo, com base em informações do correspondente do periódico britânico The Guardian no Brasil Gleen Greenwald, do jornal The Guardian, que denunciou que o ex-consultor Edward Snowden tinha informações que comprovam a existência de um esquema de espionagem a cidadãos brasileiros na internet e de ligações telefônicas. O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, convoca entrevista coletiva e anuncia que o governo brasileiro pediu esclarecimentos formais aos Estados Unidos e levará o tema para as Nações Unidas e instâncias internacionais.

8 de julho

No Brasil, é anunciada a criação de uma comissão técnica, formada por especialistas de várias áreas do governo, que se destina a buscar soluções para a segurança na internet. O Departamento de Estado norte-americano, por intermédio de emails, informa que não responderá ao pedido de esclarecimentos do Brasil. O embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, faz uma série de reuniões internas e visita os ministros Patriota, Celso Amorim (Defesa), Paulo Bernardo (Comunicações) e José Elito Siqueira (Gabinete de Segurança Institucional) para negar o conteúdo das informações publicadas na imprensa brasileira. Na Venezuela, o presidente Nicolás Maduro confirma ter recebido pedido formal de Snowden de asilo político somando-se à Nicarágua, Bolívia e ao Equador e a Cuba como possíveis destinos para o norte-americano.

9 de julho
No Brasil, o chanceler Patriota anuncia que o Brasil negará o asilo político a Snowden. No Equador, a Assembleia Nacional propõe uma resolução de rechaço às tentativas de autoridades norte-americanas de impedir que países concedam asilo a Snowden.

10 de julho
Senado e Câmara do Brasil fazem sessão conjunta das comissões de Relações Exteriores para audiência pública com os ministros Antonio Patriota (Relações Exteriores), Celso Amorim (Defesa) e José Elito Siqueira (Gabinete de Segurança Institucional). Amorim admite fragilidade do sistema de segurança de internet no Brasil e defende a adoção de mecanismos nacionais de preservação aos dados.

12 de julho

O embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, nega convite para participar de audiência pública no Senado. Na Rússia, Snowden se reúne com representantes de 13 organizações não governamentais de direitos humanos e pede apoio.

15 de julho

No Brasil, o chanceler Patriota diz que ainda aguarda informações, pedidas há uma semana, dos Estados Unidos. Ele reclama que os esclarecimentos fornecidos são “insuficientes”. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, diz que Snowden pode permanecer no país desde que suspenda suas atividades e não prejudique parceiros, como os Estados Unidos.

16 de julho

O advogado russo  Anatoly Kucherena confirma que Snowden entrou com um pedido de asilo temporário ao governo da Rússia. Se concedido, o asilo é válido por um ano, prorrogável por igual período.
*Com informações da emissora multiestatal de televisão, Telesur

Edição: José Romildo
 

Creative Commons - CC BY 3.0

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