one pixel track analytics scorecard

Digite sua busca e aperte enter


Compartilhar:

Argentina publica documentos secretos da ditadura

Criado em 21/03/14 21h34 e atualizado em 21/03/14 21h41
Por Monica Yanakiew Edição:Stênio Ribeiro Fonte:Agência Brasil

Quase três centenas de reuniões secretas, realizadas pelas juntas militares que governaram a Argentina entre 1976 e 1983, estão ao alcance de todos a partir desta sexta-feira (21). Os encontros – para decidir desde os rumos da economia até a sorte dos 30 mil opositores que desapareceram na ditadura – foram devidamente registrados em 280 atas, encontradas por acaso, em outubro do ano passado. Elas foram digitalizadas e publicadas pelo Ministério da Defesa argentino, na pagina web: www.archivosabiertos.com.

O anúncio de que os arquivos estariam à disposição do público foi feito pelo ministro da Defesa, Agustín Rossi, três dias antes do 38o aniversario do golpe de 24 de marco de 1976. “Queríamos torná-los acessíveis a todos os argentinos, da forma mais fácil”, disse ele, na inauguração da página Arquivos Abertos.

“São mais de 1.500 documentos que têm valor histórico e também podem ser usados pela Justiça, que ainda está processando os responsáveis pelos crimes da ditadura”, disse em entrevista à Agência Brasil, Mariel Alonso, do Centro de Estudos Legais e Sociais, uma organização de defesa dos direitos humanos.

Os documentos foram encontrados no subsolo do Edifício Condor, sede da Forca Aérea, durante uma limpeza. A ditadura argentina durou sete anos (pouco, em relação a países vizinhos, como Brasil, Chile e Paraguai). Mas nesse período, os militares argentinos acumularam enorme lista de crimes, que estão sendo julgados até hoje. Entre eles, o sequestro de 500 filhos de desaparecidos, cujas identidades foram mudadas e entregues ilegalmente para adoção. A organização Avós da Praça de Maio já encontrou mais de 100, e ainda busca os outros, que hoje são adultos de mais de 30 anos.

Os documentos mostram como os militares registraram pedidos de parentes e amigos de pessoas que haviam sumido nos porões da ditadura, mas davam instruções para evitar o uso da palavra “desaparecido”. Preferiam falar em pessoas de paradeiro desconhecido. Havia também uma lista negra com nomes de artistas e escritores famosos (como Mercedes Sosa e Júlio Cortazar) e discussões sobre o conflito com o Chile pelo Canal de Beagle, que quase acabou em guerra.

Editor: Stênio Ribeiro

Creative Commons - CC BY 3.0

Dê sua opinião sobre a qualidade do conteúdo que você acessou.

Para registrar sua opinião, copie o link ou o título do conteúdo e clique na barra de manifestação.

Você será direcionado para o "Fale com a Ouvidoria" da EBC e poderá nos ajudar a melhorar nossos serviços, sugerindo, denunciando, reclamando, solicitando e, também, elogiando.

Fazer uma Denúncia Fazer uma Reclamação Fazer uma Elogio Fazer uma Sugestão Fazer uma Solicitação Fazer uma Simplifique

Deixe seu comentário