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Crianças de 5 anos estão sendo recrutadas para lutar na Síria, diz Amos
Criado em 16/12/14 17h50
Por Edgard Júnior
Fonte:Rádio ONU
A chefe do Escritório das Nações Unidas de Assistência Humanitária, Ocha, Valerie Amos, afirmou que até agora, quase 200 mil pessoas morreram no conflito na Síria e cerca de 1 milhão ficaram feridas.
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Amos fez a declaração em pronunciamento esta segunda-feira ao Conselho de Segurança, o segundo em menos de um mês, sobre a situação no país árabe.
Crianças
A chefe do Ocha disse que atualmente 12,2 milhões de sírios precisam de ajuda humanitária, 2,9 milhões a mais do que em fevereiro.
Ela declarou que quase metade da população está deslocada, um total de mais de 7,6 milhões. Isso representa 20% dos deslocados em todo o mundo. Amos afirmou ainda que mais de 3 milhões de sírios estão refugiados nos países vizinhos.
Ela alertou que 5,6 milhões de crianças necessitam de ajuda imediata. Amos afirmou que esses menores continuam sendo assassinados, torturados e sujeitos a violência sexual por todas as partes envolvidas no conflito.
A chefe do Ocha citou relatos de crianças sendo executadas em público, particularmente pelo grupo Estado Islâmico da Síria e do Levante, Isil. Ela contou que crianças de apenas cinco anos estão sendo treinadas para combate em um campo da região de Ar-Raqqa.
Segundo Amos, "o conflito na Síria não está acabando somente com o presente do país, mas está destruindo o futuro da nação".
Resoluções Ignoradas
A chefe humanitária declarou que as resoluções adotadas pelo Conselho de Segurança para que governo e grupos armados sírios parem de lutar e respeitem os direitos humanos foram ignoradas.
Amos explicou que em muitas regiões do país a violência piorou com os civis pagando um preço muito alto pela crise. Muitos são mortos ou feridos, eles sofrem também traumas psicológicos, deslocamentos e danos a suas casas e propriedades.
Palavras
Ela disse ainda que meninas de apenas 12 anos estão sendo capturadas por membros do Isil para servirem como escravas sexuais, além disso, o número de casamentos forçados também está aumentando na região.
Amos declarou que "não existem mais palavras para explicar a brutalidade, a violência e o desprezo pela vida humana que representam a marca registrada dessa crise". Segundo ela, a comunidade internacional está paralisada com o impacto dos números, do alcance regional e do impasse político".
Amos apelou aos países que encontrem uma solução política para o fim da guerra civil na Síria e pediu às partes em conflito que respeitem as resoluções impostas pelo Conselho de Segurança dizendo que "até mesmo em guerras existem regras".
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