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Após atentado, ministro de Israel pede que judeus franceses se mudem para país

Criado em 26/06/15 17h13 e atualizado em 26/06/15 17h22
Por Rádio França Internacional

O ministro da Imigração israelense, Ze'ev Elkin, pediu nesta sexta-feira (26) que os judeus franceses se mudem para Israel após o ataque terrorista em uma fábrica de gás em Isère, no sudeste do país.

"Exorto os judeus da França a voltarem para casa. O antissemitismo aumenta, o terrorismo está crescendo!", declarou o ministro, membro do partido de direita Likud, do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. "Esta é uma missão nacional da mais alta prioridade", acrescentou em um comunicado.

Maior comunidade judaica da Europa

Netanyahu tem apelado regularmente para que os judeus da Europa "se mudem em massa" para Israel. A França é o país com a maior comunidade judaica da Europa, com 550.000 pessoas.

O diretor de uma empresa de transporte foi decapitado no ataque terrorista. Não foram fornecidas informações sobre a religião da vítima. O suposto autor do ataque, conhecido por suas "ligações com o movimento salafista", foi preso, segundo as autoridades.

"O ataque é tratado como sendo de natureza terrorista, desde que foi encontrado um corpo decapitado com inscrições em árabe", disse o presidente francês, François Hollande. Desde os ataques realizados em janeiro em Paris contra o jornal Charlie Hebdo, um supermercado kosher e a polícia, o governo implementou um plano de vigilância antiterrorista em lugares públicos.

Mulher nega

A esposa de Yassin Salhi, homem que é apontado como o autor do atentado em uma fábrica de gás no sudeste da França, foi detida para interrogatório pela polícia francesa na tarde desta sexta-feira (26). Momentos antes, entrevistada por uma rádio francesa, a mulher parecia não entender a situação. "Meu coração vai parar, o que acontece?", declarou, ao ser entrevistada.

"Ele foi trabalhar esta manhã, às 7 horas", disse, em entrevista à rádio Europe 1. Desesperada, a mulher explicou que seu marido trabalha com entregas. "Ontem ele foi ao trabalho, voltou para casa, tudo normal. Tivemos uma noite normal", declarou com a voz muito alterada.

"Somos muçulmanos normais, estamos fazendo o Ramadã. Temos três filhos, uma família normal", reiterou. Segundo ela, não havia motivos para que Salhi realizasse o ataque.

A mulher declarou ter sido informada sobre "a má notícia" por sua cunhada. "No jornal, eles estão dizendo que é um ato terrorista. Mas não é possível, eu conheço meu marido, temos uma vida normal", insistiu.

Logo depois da entrevista, a mulher foi detida para interrogatório. Imagens da televisão francesa mostraram a polícia cercando a residência de Salhi. Além da esposa do suposto autor do ataque, seus três filhos, duas meninas e um menino, de 6 a 9 anos, foram retirados do local.

"Uma família discreta"

Dezenas de vizinhos se reuniram nos arredores de onde vive Salhi, em uma habitação social de Saint-Priest, município da região metropolitana de Lyon.

Entrevistados, os vizinhos de Salhi descrevem "uma família discreta". "Os filhos dele brincam com os meus. Eles são normais e calmos", disse uma mulher que conhece o casal, mas não quis ser identificada.

Outro vizinho disse que o homem não conversava com ninguém. "Nos falávamos apenas 'bom dia' ou 'boa noite'". Um jovem disse que nunca viu Salhi na mesquita de Saint-Priest.

Movimento salafista

Yassin Salhi nasceu em 1980 em Pontarlier, na mesma região do ataque. Ele era conhecido dos serviços secretos franceses por radicalização religiosa e tinha ligações com o movimento salafista, corrente radical islâmica. No entanto, não tinha passagem pela polícia.

Mais cedo a polícia revelou que o homem decapitado era o empregador de Salhi. A vítima, cujo nome ainda não foi divulgado, é o gerente de uma empresa de transportes no município de Chassieu, na mesma região do atentado. O homem estava na fábrica de gás multinacional Air Products para fazer uma entrega.

Atentado terrorista

Na manhã desta sexta-feira, ao menos um homem invadiu a fábrica em um carro, chocando o veículo contra o reservatório de gás e provocando uma explosão. Duas pessoas ficaram feridas. Em uma grade da usina, uma cabeça, coberta com inscrições em árabe, foi encontrada. A polícia ainda busca cúmplices da ação e prendeu três outros suspeitos.

O próprio presidente francês François Hollande declarou que o ataque é de caráter terrorista. De Bruxelas, onde participou ontem e hoje da Cúpula da União Europeia sobre a dívida grega, ele pediu que os franceses não cedessem ao medo e à emoção. Também ressaltou que é preciso guardar a serenidade para estabelecer a verdade e os responsáveis pelos atos.

A unidade antiterror do Ministério Público francês abriu um inquérito por assassinato, tentativa de assassinato, destruição por uso de substância explosiva e formação de quadrilha em relação com organização terrorista. Já o primeiro-ministro Manuel Valls ordenou uma "vigilância reforçada" de todas as instalações consideradas sensíveis na região do atentado.

Creative Commons - CC BY 3.0

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