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Seleção japonesa tem futebol "científico", analisa René Simões
Criado em 08/08/12 15h36
e atualizado em 08/08/12 16h25
Por Bernardo Medeiros
A reedição da final da última Copa do Mundo feminina, mas agora nos Jogos Olímpicos, reafirma a condição do Japão como potência no esporte, antes dominado pelos Estados Unidos, rival das japonesas nesta quinta-feira (9). O Brasil, apesar de ter a melhor jogadora das últimas cinco temporadas, encerrou sua participação precocemente. A derrota para as asiáticas nas quartas de final fez com que o time liderado por Marta tivesse o pior desempenho na história dos jogos.
A ascensão do Japão e a queda do Brasil não ocorrem por acaso. A opinião é do experiente René Simões, que, entre outros feitos, levou a Jamaica para a Copa do Mundo de 1998 e também já dirigiu o time feminino brasileiro. Em Londres para comentar os Jogos pela TV Record, ele cita o estudo "científico" como principal diferencial.
"Muita coisa mudou no futebol como um todo. Dormimos na calçada da fama por ter o melhor futebol do mundo. Hoje é muito coletivo, estudo do adversário. Às vezes temos a bola muito tempo parada no pé de um atleta. No jogo das meninas contra o Japão, vimos uma marcação tripla. Dificulta as jogadas de habilidade. Futebol é muito científico e nós podemos aprender isto deles. E temos uma vantagem, já que nossa habilidade os outros não conseguem", diz.
Apesar dos problemas atuais, René Simões vislumbra melhoras no futebol feminino nacional. Ele foi nomeado relator de um projeto idealizado pelo ministério dos Esportes para alavancar o esporte.
"Éramos umas 30 pessoas ligadas, direta ou indiretamente, ao futebol feminino a pedido da presidente Dilma. O esporte precisa de políticas públicas. Demos a sugestão da criação de centros olímpicos, obrigação do futebol feminino nas escolas, sem esquecer dos outros esportes, e um calendário com competições. Para a seleção, até o Mundial de 2015 e os Jogos de 2016, são necessários 25 jogos por ano. Normalmente só se fala do futebol feminino nas Olimpíadas, mas agora vejo um pensamento diferente, o que é muito bacana", diz, antes de completar. "É a primeira vez que um presidente se preocupa com futebol feminino, temos um ministro (Aldo rebelo) apaixonado pelo futebol feminino, e não sou eu nem ele que diz isso, as meninas que me falaram".
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