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Alan Fonteles posa com a medalha de ouro dos 200m conquistada diante de uma plateia boquiaberta

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Fonteles revela falta de fôlego, mágoa com Pistorius e prevê divisão de classes entre amputados

Criado em 09/09/12 17h00 e atualizado em 09/09/12 17h11
Por Bernardo Medeiros Fonte:Portal EBC

Alan Fonteles posa com a medalha de ouro dos 200m conquistada diante de uma plateia boquiaberta
Alan Fonteles posa com a medalha de ouro dos 200m conquistada diante de uma plateia boquiaberta (Moreno Bastos)

Até o nome pelo qual é chamado mudou. A vida de Alan Fonteles sofreu uma reviravolta na última semana. O jovem, de 20 anos, chegou a Londres sem os holofetes das grandes estrelas, mas acabou desbancando a maioria delas. O ouro nos 200m T44 do atletismo deixou os torcedores no estádio olímpico boquiabertos. A declaração do sul-africano Oscar Pistorius, após a prova, causou polêmica. Seu desempenho nos 400m, quase parando nos metros finais, também chamou a atenção. Por todo estes motivos, o paraense deixa esta edição dos Jogos Paralímpicos como o brasileiro mais conhecido entre os estrangeiros.

Neste domingo (9) de manhã, nos arredores de Stratford, o velocista era parado a todo instante por torcedores e voluntários, que desejavam uma foto ou um autógrafo do "atleta que bateu Pistorius". Entrevistas para a imprensa estrangeira, com a ajuda de intérpretes, também se tornaram uma rotina ao novo recordista mundial, que, aos poucos, se acostuma a ser chamado de Alan Oliveira.

"É um orgulho muito grande. É o que eu sempre quis, levar meu nome para o mundo. Hoje olho para trás e digo que tudo valeu a pena. Não ganhar só do Pistorius, mas sim a prova. Não adiantava só ganhar dele", analisa.

A relação de amizade com o sul-africano, contudo, sofreu um abalo após o fim da prova, já que Pistorius reclamou do tamanho das próteses do brasileiro. O posterior pedido de desculpas ocorreu apenas pela imprensa. Entre os dois, o que existe agora são apenas cumprimentos formais.

"É feita toda uma medição do meu corpo. Se eu tivesse as pernas, teria 1m85. Estou com 1m81. Poderia usar até 1m85, mas acaba atrapalhando. Desde que ele entrou com a polêmica, nao sei o por quê, só fala mesmo um oi. Pra mim também não importa, tenho que dar o meu melhor na pista. Não esperava de um atleta que você se espelha se decepcionar desta forma", lamenta.

Se para o atleta brasileiro a altura das próteses é problema superado, a velocidade alcançada pelos biamputados deve gerar, no futuro, uma divisão de classes, já que há desvantagem em provas curtas e vantagem nas longas. Presentes na final dos 100m, Fonteles e Pistorius ficaram atrás dos atletas que possuem uma prótese. Nas provas de 200m e 400m, a situação se inverteu.

"Na prova mais longa a gente consegue acertar o movimento certinho. É questão de ter mais atletas para poder dividir. Acho que seria mais correto. Futuramente, como o esporte está crescendo muito, acho vão conseguir dividir a classe."

Na final dos 400m, contudo, falltou pulmão. Na última prova disputada no estádio olímpico, sábado à noite, começou bem, mas repetiu o desempenho da semifinal e terminou a prova praticamente andando. Foi quarto colocado e viu Pistorius vencer a corrida.

"É uma prova que eu não treinava especificamente. Fui para o tudo ou nada. Sai forte para dar o máximo nos 300 metros. No fim, não deu. Faltou fôlego mesmo. Agora, para 2016, quero treinar mais, para defender meu título dos 200m e buscar o ouro também nos 400m", projeta Fonteles.

Creative Commons - CC BY 3.0

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