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Gelo no Antártico derrete dez vezes mais rápido do que há 600 anos
Criado em 15/04/13 09h29
e atualizado em 15/04/13 09h33
Por © Agência Lusa
O gelo da Antártida está derretendo dez vezes mais depressa do que acontecia há 600 anos, tendo atingido o valor mais alto dos últimos 50 anos, informou nesta segunda-feira (18) a equipe de investigação australiana e britânica.
A investigação, conduzida pela Universidade Nacional Australiana (ANU) e pelo Centro Britânico de Pesquisas do Antártico (BAS), chegou à conclusão “que as condições mais frias da península do Antártico e o menor degelo de verão ocorreram há cerca de 600 anos atrás”, disse o líder da equipe, Nerilie Abram.
“Na altura, as temperaturas eram cerca de 1,6 graus celsius mais baixas do que as registradas no final do século XX e a quantidade de neve que todos os anos derretia e voltava a gelar era de cerca de 0,5%”, acrescentou.
Segundo o investigador, isto significa que tem havido “pequenos aumentos de temperatura na península antártica”, o que “tem implicações importantes para a instabilidade do gelo e para a elevação do nível do mar".
Para chegar a esta conclusão, os investigadores perfuraram um núcleo de gelo de 364 metros de comprimento em James Ross Island, no norte da Antártida, a fim de medir as temperaturas passadas.
Pela medição da espessura destas camadas, os cientistas analisaram a evolução do degelo, em comparação com as variações de temperatura no local do núcleo de gelo, ao longo dos últimos mil anos.
Robert Mulvaney, do BAS, liderou a operação e sublinhou que o registro “é particularmente importante por causa do recuo dos glaciares e da perda de plataformas de gelo” que têm acontecido “em toda a região nos últimos 50 anos”.
A pesquisa, publicada na revista Nature Geoscience, é a segunda reconstrução de degelos passados feita no continente antártico para tentar compreender as causas das alterações climáticas na região.
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