one pixel track analytics scorecard

Digite sua busca e aperte enter


Plenário da Câmara dos Deputados aprovou, em segundo turno, a PEC do Orçamento Impositivo (565/06), que agora segue para o Senado

Imagem:

Compartilhar:

Especialistas cobram votação do novo Código de Processo Civil na Câmara

Criado em 19/09/13 15h27 e atualizado em 19/09/13 15h42
Por Karine Melo Edição:Davi Oliveira Fonte:Agência Brasil

Brasília - O 1º vice-presidente do Congresso, deputado André Vargas, durante sessão conjunta da Câmara e do Senado para analisar itens vetados em sete projetos aprovados pelos parlamentares
O representante da Associação dos Juízes Federais (Ajufe), Oscar Valente Cardoso, foi um dos que defenderam que a votação ocorra rapidamente (Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr)

Brasília – Especialistas, parlamentares e operadores do direito apontaram nesta quinta-feira (19) pontos positivos e negativos do novo Código de Processo Civil (CPC) - que tramita por meio do Projeto de Lei (PL) 8.046/10 - durante comissão geral que discutiu o tema na Câmara dos Deputados, mas foram unânimes em defender a rápida votação da proposta.

Leia mais no Portal EBC:

Comissão da Câmara aprova proposta de novo Código de Processo Civil

O representante da Associação dos Juízes Federais (Ajufe), Oscar Valente Cardoso, foi um dos que defenderam que a votação ocorra rapidamente. Para ele, o texto ainda tem pontos a serem melhorados, mas a discussão sobre a proposta do Senado teve início há cinco anos e não deve se prolongar muito mais, para que não fique desatualizada.

“Há muito mais avanços e melhorias do que retrocessos”, disse. Um dos grandes avanços do novo CPC, segundo ele, é conferir efetividade a vários dispositivos constitucionais relativos ao processo civil. Para o professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) José Manuel Alvim Netto, o novo código valoriza a jurisprudência e a estabilidade judicial. Ele disse que são incorretas as críticas de que os conceitos adotados na proposta são vagos, pois, segundo ele, o novo texto mantém conceitos já adotados na Constituição e na legislação comum.

Alvim Netto elogiou a simplificação processual prevista no novo CPC. “Simplificar é comparar o texto a ser modificado com o que resulta. Há vários exemplos bem-sucedidos da simplificação”, explicou. O professor deu como exemplo as mudanças no agravo de instrumento – recuso usado para contestar decisões judiciais no curso do processo, dirigidas a instância superior para serem julgadas imediatamente. “As ações serão julgadas pelos tribunais sem a sobrecarga de tratar o agravo de instrumento como processo”, explicou.

Já o juiz e professor de direito processual da Universidade de São Paulo (USP) Fernando da Fonseca Gajardoni reconheceu que o projeto avançou em muitos pontos, mas alertou que outros podem ter efeito contrário ao desejado. Um deles é a retirada do efeito suspensivo da apelação, regra segundo a qual o recurso suspende a aplicação da sentença. O projeto original acabava com esse efeito, garantindo a execução da sentença independentemente do recurso. A proposta em discussão no entanto, mantém a regra atual e garante o efeito suspensivo da apelação. Segundo o professor, favorável à execução imediata da decisão judicial, apenas 30% dos recursos obtêm sucesso em reformar uma sentença.

Outra crítica foi feita à regra que obriga o julgamento das ações de acordo com a ordem em que chegam aos gabinetes. Há exceções, mas o projeto determina que elas também devem seguir uma ordem cronológica. “No Brasil, mais de 50% das unidades judiciais de primeira instância são cumulativas [julgam todos os tipos de processo]. Não vai ter baile no interior, não vai ter adoção, não vai ter liberação para criança viajar, se a improbidade administrativa for julgada”, explicou. Segundo ele, uma solução seria garantir o julgamento cronológico apenas nos tribunais e não na primeira instância da Justiça.

O presidente da comissão especial que analisou o novo Código de Processo Civil, deputado Fabio Trad (PMDB-MS), disse nesta quinta-feira (19) que a proposta deve ser votada no plenário no próximo dia 8 de outubro. A previsão inicial era de que o texto fosse votado na semana que vem, mas a minirreforma eleitoral aprovada pelo Senado terá prioridade. Para avançar nessas votações, no entanto, o governo precisa retirar a urgência constitucional do projeto do Código de Mineração, que tranca a pauta do plenário da Câmara e para o qual ainda não há consenso que permita a aprovação.

Edição: Davi Oliveira

Creative Commons - CC BY 3.0

Dê sua opinião sobre a qualidade do conteúdo que você acessou.

Para registrar sua opinião, copie o link ou o título do conteúdo e clique na barra de manifestação.

Você será direcionado para o "Fale com a Ouvidoria" da EBC e poderá nos ajudar a melhorar nossos serviços, sugerindo, denunciando, reclamando, solicitando e, também, elogiando.

Fazer uma Denúncia Fazer uma Reclamação Fazer uma Elogio Fazer uma Sugestão Fazer uma Solicitação Fazer uma Simplifique

Deixe seu comentário