one pixel track analytics scorecard

Digite sua busca e aperte enter


Comício das Diretas Já em Porto Alegre

Imagem:

Compartilhar:

Mundo político rememora os 30 anos de votação da emenda das Diretas Já

Criado em 25/04/14 20h43 e atualizado em 25/04/14 21h03
Por Iolando Lourenço e Ivan Richard Edição:Stênio Ribeiro Fonte:Agência Brasil

Vestidos de verde e amarelo e com bandeiras nas mãos, em quase todo o país o povo saía às ruas para pedir o fim da ditadura e o direito de escolher o futuro do Brasil. Esse era o cenário há exatos 30 anos, no dia 25 de abril de 1984, quando a Câmara dos Deputados se preparava para votar a chamada emenda Dante de Oliveira, ainda em meio ao regime de exceção. Praticamente todos os olhos da nação se voltaram para Brasília, palco da decisão sobre a possibilidade de realização de eleições diretas para presidente da República, depois de mais de 20 anos.

Artistas, intelectuais, esportistas, políticos e milhões de cidadãos brasileiros pressionavam os deputados para a aprovação da emenda das Diretas Já. Se de um lado o povo pressionava os deputados pela aprovação da emenda, do outro militares e defensores do regime trabalhavam pela rejeição.

Foram diversas manifestações, em várias partes do país, antes da emenda chegar ao plenário da Câmara. O primeiro comício ocorreu em Curitiba (PR), depois Salvador (BA), Vitória (ES) e Campinas (SP). A manifestação mais marcante ocorreu na Praça da Sé, no centro de São Paulo, onde um milhão e meio de pessoas ecoavam o grito pelas diretas.

Se aquele dia 25 de abril começou com o brilho da esperança, terminou com uma enorme frustração. Faltaram 22 votos para que as Diretas Já fossem aprovadas. Foram 298 votos a favor, 65 contrários e 3 abstenções. Seriam necessários 320 votos favoráveis. Da galeria da Câmara, centenas de pessoas vaiaram o resultado e deram o primeiro passo para que a luta pela volta da democracia continuasse.

A base do governo militar na Câmara, representada pelo PDS, boicotou a sessão, e 113 deputados, a grande maioria da sigla, não apareceu para votar. Mas aquela derrota pressionou ainda mais o regime militar. A oposição passou a articular um nome para derrotar Paulo Maluf, então candidato oficial dos militares. O nome escolhido foi o do então governador de Minas Gerais, Tancredo Neves.

No Colégio Eleitoral, o mineiro derrotou Paulo Maluf, abrindo caminho para um governo liderado por um civil. Tancredo Neves, no entanto, acabou não assumindo a Presidência da República. A morte dele foi anunciada no dia 21 de abril de 1985. O então vice-presidente escolhido, José Sarney, que trocara o PDS pelo PMDB no ano anterior, assumiu o cargo.

Em junho de 1985, Sarney convoca a Assembleia Nacional Constituinte. Três anos depois, e passados quatro anos da derrota da emenda Dante de Oliveira, o Congresso promulgou a nova Constituição, a Constituição Cidadã, que reestabeleceu a democracia no país. No ano seguinte, pelo voto direto, o Brasil elegeu Fernando Collor de Mello o primeiro presidente eleito democraticamente após 21 anos de regime militar e de cinco anos de um presidene civil eleito indiretamente.

 

Editor Stênio Ribeiro

Creative Commons - CC BY 3.0

Dê sua opinião sobre a qualidade do conteúdo que você acessou.

Para registrar sua opinião, copie o link ou o título do conteúdo e clique na barra de manifestação.

Você será direcionado para o "Fale com a Ouvidoria" da EBC e poderá nos ajudar a melhorar nossos serviços, sugerindo, denunciando, reclamando, solicitando e, também, elogiando.

Fazer uma Denúncia Fazer uma Reclamação Fazer uma Elogio Fazer uma Sugestão Fazer uma Solicitação Fazer uma Simplifique

Deixe seu comentário