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Blecautes e redução das tarifas de energia marcam setor elétrico em 2012
Criado em 18/12/12 11h46
e atualizado em 21/12/12 19h13
Uma luz de alerta para o sistema energético brasileiro foi acesa no segundo semestre de 2012, após a ocorrência de pelo menos seis blecautes que deixaram milhões de consumidores sem energia.
O maior deles, ocorrido em 26 de outubro, atingiu todo o nordeste do Brasil e 77% dos estados do Pará, Tocantins e Maranhão, no norte do país. O problema foi provocado por um curto-circuito na linha de transmissão entre Colinas (TO) e Imperatriz (MA), que interliga os sistemas Norte/Nordeste ao Sul/Sudeste. Uma semana após o ocorrido, o governo admitiu que houve falha humana na programação de proteção de equipamentos.
Também em outubro, episódios de menor impacto revelaram falhas do sistema. No dia 4, um problema na subestação de Furnas localizada em Brasília, deixou a maior parte do Distrito Federal no escuro. A subestação responde por 60% da carga de energia da capital. Um dia antes, uma pane em um transformador de Furnas, dessa vez em Foz do Iguaçu (PR), cortou o abastecimento de municípios do Rio de Janeiro, Minas e do Paraná.
O mais recente blecaute de grandes proporções ocorreu em 16 de dezembro e deixou cerca de 2 milhões de brasileiros sem energia elétrica. O apagão atingiu principalmente Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais. Segundo a ONS, a origem da queda de energia foi o desligamento das seis turbinas da usina hidrelétrica de Itumbiara, na divisa de Goiás e Minas Gerais. O motivo, ainda em investigação, pode ter sido um raio.
Durante todo o período, o governo tratou os episódios como pontuais e descartou possibilidade de racionamento de energia no país em 2013.
Energia mais barata
Em pronunciamento veiculado em rede nacional no dia 7 de setembro, a presidenta Dilma Rousseff anunciou que o governo iria reduzir tarifas de energia elétrica em 16,2% para os consumidores residenciais e 28% para as indústrias a partir do início de 2013. A medida, de acordo com Dilma, busca aumentar a competitividade do país e é histórica.
Para alcançar a redução proposta, o governo apresentou condições para renovação das concessões de empresas de energia elétrica. Os investimentos em infraestrutura, como hidrelétricas ou linhas de transmissão, no entendimento do governo, são contas já pagas pelo consumidor. Assim, para renovarem os contratos, as concessionárias teriam de retirar da conta de luz os valores cobrados.
As empresas reagiram e acusaram o governo de fazer bondade com o chapéu alheio. Das prestadoras em atuação no momento, 14 ameaçaram não renovar contratos. Por fim, apenas as companhias Energética de São Paulo (Cesp), Energética de Minas Gerais (Cemig) e Paranaense de Energia (Copel) recusaram a proposta, o que teve impacto no percentual de redução inicialmente anunciado, que atingiu 16,7%.
Em dezembro a Câmara dos Deputados aprovou a Medida Provisória 579, que trata de concessões de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica com vencimento entre 2015 e 2017. O projeto segue agora para o Senado.
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