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Rio+20 é criticada por falta de avanços
Criado em 12/12/12 06h26
e atualizado em 21/12/12 19h09
Por Lauro Mesquita
Fonte:Portal EBC
Vinte anos após a histórica Rio 92 (ou Eco 92), a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável - Rio+20 foi marcada pela expectativa. Não por acaso, foi o maior evento da história da Organização das Nações Unidas (ONU).
Para se ter uma ideia, a conferência oficial teve um público quase três vezes maior do que a Rio92. Durante os dez dias do encontro no Riocentro, zona oeste da capital fluminense, cerca de 45,4 mil pessoas foram credenciadas, segundo a porta-voz da conferência, Pragati Pascale.
Além disso, o Rio de Janeiro se tornou o centro de outra dezena de eventos paralelos do qual se destacou a Cúpula dos Povos, que reuniu milhares de pessoas no Aterro do Flamengo para organizar as pautas da sociedade civil e servir de contraponto crítico aos conceitos de economia verde e desenvolvimento sustentável defendidos por governos, entidades empresariais e organismos internacionais. O encontro ainda serviu para organizar uma pauta internacional dos movimentos, apesar da insatisfação dos representantes com o texto final da Rio+20.
A cidade também foi sede de encontros internacionais de indígenas, empresários, prefeitos, especialistas em redes sociais, midialivristas e muitos outros setores da sociedade. A Rio+20 também foi palco de importantes manifestações contra o Código Florestal, os crimes ambientais, o machismo e a violação de direitos das populações nativas.
Apesar da abertura para o diálogo entre governo e sociedade, tanto na Cúpula dos Povos (com a Arena Socioambiental), como na conferência oficial (com os Diálogos Sustentáveis) -- em que representantes ONGs, movimentos sociais e integrantes da sociedade civil definiram 30 sugestões ao documento final da conferência --, os resultados finais da Rio+20 foram considerados frustrantes pelas organizações sociais.
Escute a íntegra da reunião do Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, se encontrou hoje (22/6) com 36 delegados da Cúpula dos Povos
Em seu pronunciamento final, os representantes da Cúpula defenderam que a ONU estaria capturada pelo sistema financeiro internacional.
Outras organizações apontaram retrocessos no documento final e mesmo a ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira lamentou que questões como a dos direitos reprodutivos das mulheres e de oceanos não tenham avançado na Conferência.
O documento final O Futuro que queremos prevê a criação de um mecanismos para o desenvolvimento sustentável até 2014. A estratégia deve ser elaborada em uma instituição com sede no Brasil. O texto destaca a necessidade de nações desenvolvidas buscarem esforços concretos para atingirem a meta de, até 2015, passarem a destinar 0,7% de seus produtos internos brutos (PIBs) para Assistência Oficial de Desenvolvimento (ODA) para países em desenvolvimento. Para o Secretário Geral da ONU, Ban Ki-moon, o documento conclusivo da Rio+20 foi o início do processo de mudança.
A equipe da EBC fez uma cobertura integrada do evento. Saiba mais.
Para mais informações sobre a Rio+20, clique aqui.
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