TV Brasil: se não é vista, como pode ser lembrada?

Publicado em 30/01/2017 - 08:40 e atualizado em 30/01/2017 - 08:54

Por Gecom

Coluna da Ouvidoria

Joseti Marques - Ouvidora da EBC

Wikimedia

Em 2016, a Ouvidoria registrou 834 reclamações direcionadas à TV Brasil, das quais 35% foram relativas a algum problema de transmissão, como sinal ruim, prejudicando a recepção de imagem e som. O novo ano nem bem começou e a Ouvidoria já registra 11 reclamações sobre esse mesmo problema, entre as 26 que foram direcionadas à emissora. O lado bom dessa história é que apenas quem gosta da programação, reclama que não está conseguindo assisti-la e insiste na solução do problema. É o caso do telespectador Valdyr Lage, do Rio de Janeiro, que, em seu apelo, chega a dar sugestões técnicas à Engenharia da EBC:

“Olá! Gostaria de fazer um pedido ao setor técnico da EBC. A melhoria do sinal do canal 2 do Rio de Janeiro. O canal 2 é tradicional, e é uma emissora local da cidade do Rio. Há décadas, o sinal da emissora não é captado de forma satisfatória, como os demais canais comerciais, o que, por si só, já joga contra a sua missão de ser uma alternativa e um direito do cidadão, e neste caso específico, contribuinte.”

Pedindo desculpas pelo “linguajar leigo” o telespectador faz uma série de sugestões para a melhoria do sinal e finaliza: “Aguardo informações sobre o assunto, e se possível, com prazos ou estimativas de normalização do sinal na Barra da Tijuca.”

A resposta da área técnica ao sr. Valdyr, apesar de muito gentil e honesta, é desalentadora:

“Há algum tempo temos problemas com a antena de transmissão do canal 2, além de outros problemas que têm prejudicado a operação com plena potência. Devido a dificuldades da empresa, ainda não foi possível o reparo da antena. O desligamento do sinal de televisão analógica na cidade do Rio de Janeiro ocorrerá em 26 de outubro de 2017. Portanto, não se justifica a realização de investimentos no canal 2, para aumento de potência de transmissão e redimensionamento da antena. Qualquer novo investimento deve ser feito no sistema digital para suprir áreas de sombra.”

De certa forma, a justificativa acaba também por revelar a principal causa dos baixos índices de audiência que têm servido de argumento para os que consideram desnecessária uma emissora pública. Sem sinal e sem abrangência, a concorrência é muito desigual. No entanto, apesar das dificuldades, o público se dá ao trabalho de reclamar à Ouvidoria, na expectativa de poder assistir a uma programação que, se não tivesse o mínimo de qualidade, não faria diferença estar ou não no ar. Pelo contrário, não conseguir assistir torna-se “uma decepção”, como informa a telespectadora Bárbara Arcoverde:

“Eu Moro em Brasília e estou passeando em Marília, que fica no interior de São Paulo. Na cidade o som da TV Brasil está muito baixo. Coloquei no máximo e mesmo assim ficava difícil de escutar. Uma decepção.” 

Para Bárbara, a resposta da área técnica foi de que repassariam a informação às equipes de São Paulo para providências.  Paulo Sergio Paixão Oliveira não teve a mesma sorte para a sua expectativa de assistir à programação da TV Brasil. Em sua segunda reclamação à Ouvidoria, ele relata que o sinal da TV Brasil no canal 47 UHF, de Campos dos Goytacazes/RJ, está fora do ar há mais de um ano. E insiste: “Qual a previsão de retorno do sinal?” 

A área técnica respondeu: “A retransmissora de Campos dos Goytacazes apresentou defeito. Estamos aguardando peças para executar o reparo no transmissor”. E gentilmente concluiu: “Esperamos ter ajudado e qualquer outra dúvida, entrar em contato novamente conosco.''

Infelizmente, o atendimento solícito ajuda, mas não é suficiente, quando a prestação do serviço continua interrompida ou prejudicada. Em Campos dos Goytacazes, o telespectador informa que o sinal está fora do ar há mais de um ano e a área técnica responde que está esperando peças para consertar o transmissor. Há mais de um ano?  Na Zona Oeste do Rio de Janeiro, o jeito será o telespectador esperar nove meses para que o desligamento do sinal de TV analógica coloque um ponto final no problema. Um ponto final, não uma solução.

Em 2016, a Ouvidoria também registrou 359 elogios à emissora, 23% dos quais a toda sua programação. No entanto, é uma pena que nem todos possam ver.

Até a próxima!


 

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