Quilombolas do "Rio dos Macacos" disputam terra com a Marinha do Brasil

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Governo e quilombolas não chegam a acordo sobre área também reivindicada pela Marinha

Criado em 30/08/12 21h18 e atualizado em 31/08/12 10h38
Por Danilo Macedo* Edição:Aécio Amado Fonte:Repórter da Agência Brasil [2]

Quilombolas pedem posse de Rio dos Macacos e governo promete negociar
Terra é alvo de disputa entre a Marinha do Brasil, que considera a terra de sua propriedade, e os quilombolas (Foto: Blog Língua Ferina (CC))

Brasília - O governo federal e a comunidade quilombola Rio dos Macacos, localizada em Simões Filho, na Bahia, onde existe uma vila militar da Marinha, não chegaram a um acordo em relação à área de 300 hectares disputada judicialmente. A Marinha conseguiu na Justiça a reintegração de posse do terreno onde vivem 67 famílias, já reconhecidas como quilombolas e não aceitam a desocupação [3].

Segundo o advogado que representa a associação de moradores, Maurício Correia, que acompanhou os quilombolas em reunião na Advocacia-Geral da União (AGU), com a participação de representantes da Fundação Palmares e do Incra, o governo ofereceu às famílias uma área menor, de 23 hectares, equivalente a 23 campos de futebol.

“Daria menos de meio hectare para cada família. É dentro do território, mas longe dos acessos à água da barragem, por exemplo, o que, na prática, inviabiliza a sobrevivência da comunidade enquanto comunidade rural”, disse Correia à Agência Brasil.

Segundo o advogado, foi exigida do governo uma fundamentação técnica da proposta. “Queremos um laudo técnico, seja do Incra ou da Embrapa, que fundamente a viabilidade de 67 famílias viverem em uma área de 23 hectares e manterem uma vida digna. E qual o uso que a Marinha pretende dar ao restante do terreno”.

Correia disse que, além da fundamentação técnica, o governo se comprometeu a analisar a viabilidade de fazer obras emergenciais de infraestrutura em razão das condições precárias de moradia e de acesso dos moradores à vila militar. Para rediscutir o assunto, uma nova reunião entre as partes será marcada para os próximos 20 dias.

*Colaborou o repórter Alex Rodrigues

 

Edição: Aécio Amado

 

Creative Commons - CC BY 3.0

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