O curta-metragem documentário A Ditadura da Especulação, de Zé Furtado, foi o único selecionado, entre mais de 100 produções brasilienses inscritas na competição.

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Documentário brasiliense retrata conflitos na construção de novo bairro

Criado em 23/09/12 11h20 e atualizado em 07/07/16 14h20
Por Carolina Gonçalves Edição:José Romildo Fonte:Agência Brasil [2]

A Ditadura da Especulação, de Zé Furtado
O curta-metragem documentário A Ditadura da Especulação, de Zé Furtado, foi o único selecionado, entre mais de 100 produções brasilienses inscritas na competição (Foto: Festival de Brasília do Cinema Brasileiro/Divulgação)

Brasília - A penúltima noite de mostras competitivas do 45º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro se concentra, hoje, a partir das 19h, nas produções que disputavam as categorias principais. Ontem (22), os cariocas dominaram as competições: Olho Nu, longa-metragem documentário que retratou a vida de Ney Matogrosso, e Noite de Reis, do carioca Vinicius Reis, encerrou a noite, com o drama de uma família que tenta se reconstruir depois da perda de um filho.
 
O fato de os brasilienses constituírem o público majoritário provavelmente explica o interesse demonstrado ontem pela maior parte da plateia: todos estavam atentos à única produção do Distrito Federal presente nas mostras competitivas.

O curta-metragem documentário A Ditadura da Especulação, de Zé Furtado, que abriu a noite de exibições foi o único selecionado, entre mais de 100 produções brasilienses inscritas na competição.

Com uma proposta de ir além de um filme, o diretor, que na verdade é um coletivo de cineastas responsáveis pela obra, declarou, antecipadamente que a proposta era mobilizar a população da cidade em torno da situação de um novo bairro em construção na capital.

“Este filme é uma ferramenta politica que se desdobra em ações práticas”, explicou Alan Schvarsberg, um dos responsáveis pela trama. A produção retrata o movimento de resistência ao avanço das construções de um novo bairro (Noroeste) em Brasília, que tentou retirar do local um antigo santuário indígena, ou seja, uma comunidade indígena que habitava a área.

A trama é a continuação de um documentário apresentado no ano passado [Sagrada Terra Especulada], de um conflito fundiário que começou em 2006 e ainda permanece na capital. “O Sagrada Terra Especulada fez com que a mobilização crescesse. O filme atual aponta este aumento da luta e conflitos com polícia, segurança de empreiteiras, por exemplo. A nossa expectativa é o desdobramento político que o filme possa trazer e de revolta da população a gente quer que as pessoas se indignem com a situação”, disse.
 
No ano passado, Sagrada Terra Especulada ganhou o segundo lugar como longa-metragem. “Acho que o protesto é uma característica daqui [de Brasília]. Não necessariamente pelo fato de ser o centro político, mas tem que ver com o fato de Brasília ser nova com muita coisa construída neste momento e a população jovem. As pessoas não têm aquela visão do ‘sempre foi assim’”, disse Schvarsberg.

Editor: José Romildo

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