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Festival de Cinema de Brasília teve música brega na noite de sábado
Criado em 22/09/13 10h59
e atualizado em 07/07/16 14h20
Por Marcelo Brandão
Edição:Fernando Fraga
Fonte:Agência Brasil [2]
Brasília - O 46º Festival de Brasilia do Cinema Brasileiro dançou no ritmo brega na noite de sábado (21). O filme Amor, plástico e barulho transportou o público para a cidade do Recife, para conhecer Jaqueline e Shelly, cantora e dançarina da banda Amor com Veneno. Enquanto uma tenta resgatar o sucesso perdido, a outra se mostra uma estrela em ascensão. O público, que lotou mais uma vez o Cine Brasília, recebeu muito bem o filme de Renata Pinheiro, e os muitos aplausos refletiram isso.
Confira a programação completa do Festival [3]
“Gostei muito do filme. A fotografia é bem bonita e a atuação das meninas é sensacional, trouxe uma verdade para a história”, analisou o empresário Fred Belchior. “Achei o filme envolvente. As atrizes conseguiram chamar a atenção do público para a história”, disse a publicitária Larissa Matos.
Renata, por sua vez, não escondia a felicidade por estar mais uma vez no festival. “Minha sensação de estar aqui é de uma felicidade plena. Eu estreei aqui com o meu primeiro curta-metragem, e o meu grande desejo era estar aqui com meu primeiro longa, e a gente foi selecionado. Adoro essa plateia, esse povo participativo”, disse a diretora Renata Pinheiro.
Pernambucana, ela tem visto de perto a fértil cena cinematográfica que deu o próximo filme brasileiro a concorrer ao Oscar [4]. Para ela, um dos responsáveis pelo sucesso do cinema local são os programas de incentivo cultural do governo estadual, que dão liberdade ao cineasta de criar sem precisar se adequar a interesses comerciais. O que, segundo ela, ajudou no desenvolvimento de uma marca na produção daquele estado.
“O cinema de Pernambuco, hoje, é um cinema livre, autoral. As pessoas acreditam, levam isso até o final e há uma diversidade incrível lá. Cada diretor faz o filme que acredita e transmite para ele uma carga pessoal muito grande. Talvez uma marca do cinema pernambucano é ser um cinema corajoso”, analisou.
Além de Amor, plástico e barulho, outras produções foram exibidas, dentre elas o curta-metragem O gigante nunca dorme e o longa Morro dos prazeres, ambos documentários. O curta retratou o início do Movimento Passe Livre, em Brasília. O movimento deu seus primeiros passos em 2005, e também participou ativamente das manifestações de junho, que pararam grandes cidades. Antes da exibição do filme, militantes do Movimento Passe Livre subiram ao palco do festival. Mascarados, eles estenderam a faixa Tarifa Zero e foram aplaudidos.
O curata Morro dos prazeres mostrou um pouco da rotina da favela de mesmo nome, um ano após sua pacificação. O documentário mostra a dificuldade de implantar a política de pacificação em uma comunidade dominada pelo tráfico por décadas. As cenas mostram que moradores aprenderam a temer e odiar a polícia, que também precisa descobrir qual a melhor forma de atuar na rotina da vida na favela. Situações pontuais, algumas do ponto de vista da polícia e outras dos moradores, mostram como essa relação é tensa, frágil e requer muito cuidado das duas partes.
“Gostei do filme, é muito crítico nos dois sentidos. Dá para analisar os dois lados da moeda”, opinou a jornalista Andreia Verdelio.
Edição: Fernando Fraga
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