Compartilhar:
Final da canoagem tem bateria anulada e dobradinha do Panamá
Criado em 01/11/15 02h25
e atualizado em 01/11/15 13h54
Por Nathália Mendes - Enviada Especial do Portal EBC
Fonte:Portal EBC
Suspensa na sexta-feira (30) por conta da chuva forte na hora da prova, a final da canoagem ficou para o último dia de competições dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas (JMPI). A decisão acabou acontecendo às 10h30 (horário de Palmas), no ribeirão Taquaruçu-Grande, com seis finalistas: a Colômbia, os Rikibatsas, os Kamayurás, os Matis e duas duplas Panamenhas. Nos Jogos Mundiais, a canoagem é um esporte exclusivamente masculino, disputada por dois atletas, que remam barcos padronizados fornecidos pela organização.
Confira fotos incríveis dos Jogos Mundiais Indígenas de 2015 [2]
Antes que a lista de participantes da bateria final fosse fechada, os canoeiros concluíram as últimas etapas classificatórias, que deveriam ter acontecido no dia anterior. A Colômbia passou sem sustos pelos Karajás, que acabaram prejudicados pela quebra de um dos remos. Os Rikibatsas eliminaram os finlandenses com larga vantagem, e os Matis, vindos do Vale do Javari, foram mais rápidos que os Terenas. A primeira dupla do Panamá superou a Nicarágua, que naufragou durante o trajeto, delimitado por quatro boias.
A segunda dupla, formada pelos wauran Norvin e Marcon, avançou depois de muita discussão com os organizadores. Na disputa com os Kamayurás, as canoas se emparelharam e acabaram se chocando na altura da terceira boia. Os Panamenhos alegaram terem sido empurrados pelos competidores brasileiros, o que os deixou em desvantagem. Por conta da reclamação da equipe técnica do Panamá, a mesa decidiu que os quatro atletas avançariam à final.
Depois do sorteio das canoas e da corrida até o ribeirão, a dupla Clímaco e Atilano, do povo emberá, assumiu a liderança para não mais largar. E o Panamá conseguiu emplacar os dois primeiros colocados, com Norvin e Marcon chegando em seguida, para delírio da delegação do país, que fez questão de entrar em peso na água para celebrar. Os Kamayurás Jawet e Ymaê ficaram com o terceiro lugar, seguidos por Joel e Rogério Rikibatsa, Tumi e Ivan, dos Matis, e os colombianos Yeferson e Luis.
“A prova foi muito acirrada. Nós demos tudo aquilo que era possível e lutamos até o final”, analisou Clímaco. Ele explicou que o povo emberá é conhecido por sua força e resistência, que pesaram a favor dos campeões na hora de remar. “A canoa da prova é muito diferente da que usamos, que é mais estável. Lá, nós remamos principalmente para pescar e tomar banho de rio”, conta o campeão.
Para Norvin, os treinos promovidos pela direção de prova foram fundamentais para que os panamenhos estudassem a melhor técnica para a competição. “Percebemos que, se sentássemos na parte de baixo da canoa, conseguiríamos nos equilibrar mais. E também remamos intensamente. Tanto é que mal sinto meus braços. Estou bem cansado”, brincou.
Na rotina dos Matis, a canoa é utilizada para a pesca e também como meio de transporte, levando-os de uma aldeia para outra. Competir a bordo dela foi uma experiência nova para a dupla, que saiu satisfeita com o resultado: “Nós chegamos na final e agora queremos treinar mais, para voltarmos ainda melhores”.
Resultado final da canoagem
(por países e etnias)
1º – Panamá – povo Emberá
2º – Panamá – povo Wauran
3º – Brasil – povo Kamayurá
4º – Brasil – povo Rikibatsa
5º – Brasil – povo Matis
6º – Colômbia – povo Kokama
Deixe seu comentário