Marta Azevedo, presidenta da Funai

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Presidenta da Funai deixa cargo em meio a conflitos indígenas e mudanças nas regras de demarcação

Criado em 07/06/13 18h43 e atualizado em 07/06/13 19h34
Por Luana Lourenço Edição:Nádia Franco//A matéria foi ampliada às Fonte:Agência Brasil [2]

Marta Azevedo, presidenta da Funai
Em meio a protestos por demarcações indígenas, Marta Maria do Amaral Azevedo renuncia em virtude de tratamento médico (Foto: Marcello Casal Jr/ ABr)

Brasília – A presidenta da Fundação Nacional do Índio (Funai), Marta Azevedo,  que pediu exoneração hoje (7), deixou o cargo em meio a uma onda de conflitos indígenas que se acirraram nos últimos dias e de mudanças nas regras para demarcação de terras indígenas que enfraqueceram a instituição. Primeira mulher a ocupar o cargo, a antropóloga Marta Azevedo estava à frente da Funai desde abril de 2012, quando substituiu Márcio Meira no comando da instituição.

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Em Mato Grosso do Sul, uma tentativa de reintegração de posse contra indígenas que ocupam uma fazenda no município de Sidrolândia terminou com a morte do terena Osiel Gabriel, no último dia 30. Na terça-feira (4), outro índio foi baleado na região. O acirramento da tensão levou o governo estadual a pedir o envio da Força Nacional de Segurança para a área. Desde quarta-feira (5), 110 homens da tropa federal estão na região.

A situação dos indígenas munduruku, que estão em Brasília desde o começo da semana em manifestações contrárias à construção de usinas hidrelétricas na Amazônia, também aumentou a tensão entre governo e índios nos últimos dias. Depois de oito dias ocupando o principal canteiro de obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará, um grupo de 140 mundurukus veio a Brasília negociar com o governo, mas, após uma semana de peregrinação e protestos, ainda não chegaram a consensos.

Marta também teve que aceitar recentemente a decisão do governo de ampliar o número de instituições às quais os processos de demarcação de terras indígenas serão submetidos. A Funai é responsável pela elaboração dos laudos antropológicos que determinam a criação de novas reservas.  No entanto, o governo quer que esses processos sejam submetidos a pareceres da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e dos ministérios da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário. A Casa Civil já suspendeu novas demarcações no Paraná e no Rio Grande do Sul.

Segundo nota oficial, Marta deixou a Funai por razões de saúde que a levarão a se submeter a tratamento médico “incompatível com a agenda de presidenta. Ela será substituída pela atual diretora de Promoção ao Desenvolvimento da Funai. Maria Augusta Assirati, que assumirá o cargo interinamente.

Edição: Nádia Franco//A matéria foi ampliada às 18h30

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