1968 - Passeata dos 100 mil

Imagem:

Compartilhar:

Convocados para falar sobre morte do jornalista Mário Alves faltam a depoimentos

Criado em 14/08/13 12h25 e atualizado em 14/08/13 12h38
Por Vinícius Lisboa Edição:Talita Cavalcante Fonte:Agência Brasil [2]

Rio de Janeiro - Três militares convocados pela Polícia Federal para depor hoje (14) em uma audiência pública da Comissão Estadual da Verdade do Rio em conjunto com a Comissão Nacional da Verdade (CNV) na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) não compareceram. Eles alegam já ter prestado esclarecimento à comissão e já responderem judicialmente [3] pelo sequestro, tortura e morte do líder comunista Mário Alves, em 1970. As comissões reiteraram o pedido sob pena de condução coercitiva ao depoimento.

De acordo com o advogado Rodrigo Rocca, que representou os ex-tenentes do Exército Luiz Mário Correia Lima, Roberto Duque Estrada e Dulene Garcez, a ausência não se dá por "desprestígio ou descaso, mas por já terem deposto pelo mesmo fato”. "Eles se reservam a nada mais declarar além do que já disseram", disse Rocca.

O presidente da Comissão Estadual da Verdade e da Ordem dos Advogados do Brasil no Rio de Janeiro, Wadih Damous, despachou em conjunto com a coordenadora da CNV, Rosa Cardoso, uma reiteração da convocação. "Entendemos que estão obrigados a vir, ainda que fiquem em silêncio", enfatizou. "Não aceitamos as ponderações. Eles serão conduzidos coercitivamente a se apresentar e estão passíveis de ação penal por parte do Ministério Público", completou.

Rosa Cardoso explicou que as comissões são instâncias diferentes da Justiça, e com objetivos diferentes. "Despachamos uma representação para o Ministério Público para que seja ajuizada denúncia por crime de desobediência."

O outro convocado, o ex-major do Corpo de Bombeiros Valter da Costa Jacarandá, compareceu à Alerj, e ainda pode se apresentar para depor.

De acordo com depoimentos e relatos anteriores, Mário Alves foi espancado, eletrocutado e submetido a afogamentos durante uma noite no 1º Batalhão de Polícia do Exército, na zona norte do Rio, onde funcionou o Destacamento de Operações de Informações (DOI), braço operacional dos Centros de Operações de Defesa Interna (Codi). O líder da esquerda armada e secretário-geral do Partido Comunista Brasileiro Revolucionário morreu devido a hemorragias internas pelo empalamento com um cassetete de aço com estrias.

Edição: Talita Cavalcante

Creative Commons - CC BY 3.0

Dê sua opinião sobre a qualidade do conteúdo que você acessou.

Para registrar sua opinião, copie o link ou o título do conteúdo e clique na barra de manifestação.

Você será direcionado para o "Fale com a Ouvidoria" da EBC e poderá nos ajudar a melhorar nossos serviços, sugerindo, denunciando, reclamando, solicitando e, também, elogiando.

Fazer uma Denúncia [18] Fazer uma Reclamação [18] Fazer uma Elogio [18] Fazer uma Sugestão [18] Fazer uma Solicitação [18] Fazer uma Simplifique [18]

Deixe seu comentário