Os investimentos chegaram a R$ 80 milhões, de acordo com a empresa, e a unidade vai integrar o complexo industrial farmacêutico, farmoquímico, biotecnológico e de pesquisa, desenvolvimento e inovação do grupo

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Mutações genéticas podem impedir infecções causadas por micobactérias

Criado em 10/03/14 08h34 e atualizado em 10/03/14 08h56
Por Camila Maciel e Bruno Bocchini Edição:Valéria Aguiar Fonte:Agência Brasil [2]

Os investimentos chegaram a R$ 80 milhões, de acordo com a empresa, e a unidade vai integrar um complexo industrial farmacêutico, farmoquímico, biotecnológico e de pesquisa
Pesquisa está elucidando como nove mutações podem impedir o organismo de combater adequadamente infecções como a tuberculose e a hanseníase (Foto: gemmerich / Creative Commons)

Pesquisa feita por cientistas brasileiros, apoiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), em parceria com o Instituto National da Saúde e da Pesquisa Medica (Inserm) da França está elucidando como nove diferentes mutações genéticas podem impedir o sistema imunológico de combater adequadamente infecções causadas por micobactérias (bactérias em forma de bastonetes retos ou encurvados), entre as quais a tuberculose e a hanseníase.

“Entendendo o mecanismo, conseguiremos tentar novas alternativas terapêuticas. A tuberculose é uma doença endêmica ainda muito prevalente no mundo, para cujo tratamento os medicamentos que existem são muito limitados. São antigos e limitados”, disse o professor do Departamento de Imunologia do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo(USP), e coordenador do estudo, Antonio Condino Neto.

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O grupo de cientistas já conseguiu identificar que mutações nos genes prejudicam o funcionamento do sistema de defesa do organismo contra micobactérias. Algumas mutações, por exemplo, desestabilizam o sistema NADPH oxidase, responsável pela atividade microbicida dentro dos macrófagos - células com o poder de englobar e destruir corpos estranhos, como bactérias. Assim, as pessoas portadoras da mutação perdem a capacidade de combater as infecções.

“A pessoa nasce já com a mutação, uma variação genética, que torna a resposta imunológica defeituosa. Em função disso, ela tem uma maior chance de contrair infecções por microbactérias, aí no caso destacando, principalmente, a tuberculose”, ressalta o professor.

Alguns dos defeitos genéticos já podem ser constatados em um exame de triagem neonatal chamado TREC. O exame é complementar ao teste do pezinho, e já está sendo implementado nos Estados Unidos, Europa, e Japão. No Brasil, os pesquisadores estão realizando o teste em um convênio com a Apae.

“A pesquisa vai continuar tanto no Brasil quanto na França com os nossos parceiros. Acho que vamos descobrir ainda muitos outros defeitos genéticos relacionados a esse tipo de problema. Espero que, com isso, nos próximos anos, consigamos pensar em um novo tipo de vacina para tuberculose e um novo tipo de tratamento”, destacou o professor.

Editor Valéria Aguiar

Creative Commons - CC BY 3.0

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