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Grupo vai acelerar análise de restos mortais exumados do Cemitério de Perus

Criado em 14/10/14 12h50 e atualizado em 14/10/14 13h06
Por Ivan Richard Edição:Denise Griesinger Fonte:Agência Brasil [2]

A ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Ideli Salvatti, instituiu hoje (14) um grupo de trabalho para acelerar a análise dos restos mortais exumados de uma vala comum do Cemitério de Perus, em São Paulo, que podem ser de desaparecidos políticos da ditadura militar.

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Conforme portaria publicada no Diário Oficial da União, o Grupo de Trabalho Perus terá prazo de 36 meses para concluir os trabalhos. O prazo poderá ser prorrogado por igual período e o grupo será composto por três comitês: o gestor - responsável pela coordenação e planejamento das ações, o de acompanhamento e o científico.

Farão parte do grupo representantes da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos da Secretaria de Direitos Humanos, da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania da Prefeitura de São Paulo, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), de parentes membros da Comissão de Familiares de Mortos e Desaparecidos Políticos, do Comitê Paulista pela Memória, Verdade e Justiça e por parentes consanguíneos dos desaparecidos políticos cujos restos mortais podem estar entre os exumados encontrados no Cemitério de Perus.

Também farão parte do grupo, representantes do Ministerio Público, arqueólogos, psicólogos e antropólogos forenses.

Localizado na zona norte de São Paulo, o Cemitério Dom Bosco foi criado em 1971, tem cerca de 254 mil metros quadrados de extensão. Durante a ditadura, o local foi usado para o sepultamento de pessoas que combateram o regime militar e a repressão. Em 1990, mais de mil ossadas enterradas em uma vala clandestina foram encontradas no cemitério.

Em depoimento à Comissão Nacional da Verdade e à Comissão Estadual da Verdade de São Paulo, o ex-administrador do Cemitério de Perus entre os anos 1976 e 1992, Antonio Pires Eustáquio, disse que não foi possível determinar o número de corpos de militantes que foram enterrados em Perus durante a ditadura.

Eustáquio disse ainda que os trabalhadores do cemitério anteriores à sua gestão relatavam que os corpos dos militantes chegavam ao local sob forte esquema de segurança e que eram enterrados como indigentes em caixões de madeira bruta, cada qual em uma sepultura. Os corpos dos militantes eram enterrados nas quadras 1 e 2, da Gleba 1, onde também eram sepultados os indigentes.

O ex-administrador relatou, no início deste ano, que uma letra “T” grafada em vermelho na declaração de óbito servia para identificar os corpos dos militantes de esquerda mortos durante a ditadura militar e que eram enterrados como indigentes no cemitério.

Editor: Denise Griesinger

Creative Commons - CC BY 3.0

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