A liberdade econômica ficou estagnada em 2012 a nível global

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Brasil fica em centésimo no Índice de Liberdade Econômica Mundial

Criado em 10/01/13 15h06 e atualizado em 10/01/13 16h35
Por Allan Walbert Fonte:EBC

Crise Mundial
A liberdade econômica ficou estagnada em 2012 a nível global (kretyen/CC)

A liberdade econômica ficou estagnada em 2012 a nível global, alertou nesta quinta-feira o instituto norte-americano Heritage Foundation. De acordo com o Índice de Liberdade Econômica 2013, o Brasil aparece na centésima posição no ranking de liberdade na economia entre os países. Com 55,7 pontos, o Brasil ficou atrás de nações como Chile (79 pontos), Uruguai (69,7) e Paraguai (61,1); e à frente da Argentina (46,7 pontos), Equador (46,9) e Venezuela (36,1).

A pesquisa do instituto foi feita em colaboração com o jornal The Wall Street Journal. O índice é alinhado a uma perspectiva liberal da economia e contrária a intervenção estatal. Cobre 185 países e faz um compilado de dez 'liberdades': direito à propriedade, combate à corrupção, gastos públicos, redução de impostos, mercado, força de trabalho, finanças, comércio, investimentos e moeda. Cada uma dessas 'liberdades' recebe uma avaliação em escala que vai de 0 a 100.

Pelo relatório, a média de liberdade econômica no mundo aumentou 0,1 ponto em comparação à edição 2012 do Índice. Apenas 31 países conseguiram aumentar as suas clasificações de forma significativa. Hong Kong lidera o ranking com 89,3 pontos e a Coreia do Norte é o país com menos liberdade econômica, alcançando 1,5 ponto apenas.

Brasil

O Brasil teve um desempenho de 0,2 ponto pior que a edição 2012 do Índice. Houve ganhos em combate à corrupção e liberdade fiscal, porém quedas nos índices correspondentes a moeda (inflação, por exemplo) e burocracia na operação de negócios. Dos 29 países da América do Sul, Central e região do Caribe, o Brasil ficou na 19ª posição e foi qualificado como "quase totalmente limitado" quanto à liberdade econômica.

Confira abaixo o gráfico interativo (em inglês), produzido pela Heritage Foundation, da liberdade econômica no Brasil e no mundo desde 1995. A linha preta representa a média mundial e a linha vermelha representa a média brasileira. A partir da nota, a qualificação pode ser: livre (free); quase totalmente livre (mostly free); moderadamente livre (moderately free); quase totalmente limitado (mostly unfree); limitado (repressed).

Read more about Brazil Economy [2]. See more from the 2013 Index. [3]

Estado de Direito

Os contratos feitos com o Brasil são considerados seguros em sua maioria, apesar das críticas ao Judiciário do país. O Brasil figura na 53ª posição em direito à propriedade (50 pontos) e na 71ª em combate à corrupção (38 pontos).

Impostos e gastos públicos

O estudo concluiu que a taxa de imposto de renda é de 27,5%. A taxa de imposto corporativo padrão é de 15%. Somada esta às taxas sobre transações financeiras, adicionais e contribuição social, a taxa efetiva fica em 34% do PIB, contra uma carga fiscal global em torno de 32,5%.

“A despesa pública é mais de um terço do PIB e as tentativas de estímulo fiscal contribuíram para uma história de déficits públicos crônicos, apesar da dívida permanecer estável”, traz o Índice sobre o Brasil.

Regulação

De acordo com o Índice de Liberdade Econômica, quem negocia com o Brasil ainda encontra muitos obstáculos burocráticos. Processos longos para abrir negócios e obter autorizações devem ser levados em conta.

Inflação, custos para manter o empregado e legislação trabalhista rígorosa também foram aspectos críticos levantados pelo relatório.

Abertura de mercado

Neste aspecto, o Índice de Liberdade Econômica ressalta que as barreiras não-tarifárias e uso de medidas antidumping são motivos de preocupação no país sul-americano. “Os investidores estrangeiros são bem aceitos, porém as suas atividades são restritas em alguns setores”, pondera.

Confira as notas e as posições do Brasil em cada uma das 'liberdades'.

Direito à propriedade privada: 50 pontos (53ª posição)
Combate à corrupção: 38 pontos (71ª posição)
Isenção fiscal: 70,3 pontos (135ª posição)
Gastos públicos: 54,8 pontos (115ª posição)
Liberdade de negócios (começar, operar e fechar um negócio): 53 pontos (136ª posição)
Liberdade para uso da força de trabalho (Mede a legislação trabalhista e suas derivações): 57,2 pontos (103ª posição).
Liberdade para comércio (importação, exportação e derivados): 69,7 pontos (127ª posição)
Moeda (Inflação e controle de preços): 74,4 pontos (103ª posição)
Oportunidades de investimento (fluidez de capital): 50 pontos (98ª posição)
Liberdade financeira (eficiência bancária e independência do governo: 60 pontos (40ª posição)

Confira as notas gerais das principais economias do mundo

Estados Unidos: 76 pontos (10ª posição)
Reino Unido: 74,8 pontos (14ª posição)
Alemanha: 72,8 pontos (19ª posição)
Japão: 71,8 pontos (24ª posição)
França: 64,1 pontos (62ª posição)
Brasil: 57,7 pontos (100ª posição)
China: 51,9 pontos (136ª posição)

Confira as notas gerais dos países que compõem o Mercosul

Uruguai: 69,7 pontos (36ª posição)

Paraguai: 61,1 pontos (80ª posição)

Brasil: 57,7 pontos (100ª posição)

Argentina: 46,7 pontos (160ª posição)

Venezuela: 36,1 pontos (174ª posição)

 

Creative Commons - CC BY 3.0

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