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Talento na vela é hereditário
Criado em 31/07/12 18h44
e atualizado em 31/07/12 18h59
Por Moreno Bastos
Fonte:Especial para EBC na Rede
Londres - Ao contrário dos outros quatro integrantes do grupo “Vivência Olímpica” que estão em Londres, Martine Grael não parecia tão deslumbrada ao conhecer algumas instalações e experimentar o clima das Olimpíadas. Enquanto seus colegas se encantavam com Jogos, a velejadora de 21 anos demonstrava outra impressão.
“Eu acho que o que mais me impactou nessa viagem foi a sensação de não estar aqui competindo. Tentei classificar com a Isabel (Swan, na classe 470). Mas não conseguimos. Foi uma frustração. Mas eu acho que é essa frustração vai servir como motivação para estar nos Jogos de 2016”, afirma Martine.
O gosto pela vela e pela competição está no sobrenome. Martine é filha de Torben Grael, brasileiro com maior número de medalhas olímpicas na história. Foram cinco conquistas: dois ouros (Atlanta 1996 e Atenas 2004), uma prata (Los Angeles 1984) e dois bronzes (Seul 1988 e Sidney 2000). A trajetória do pai é a maior inspiração, mas Martine revela que se há qualquer tipo de pressão por seguir a mesma carreira de Torben, ela não começa em casa.
“Ele não fala sobre pressão. Meu pai já vivenciou muita coisa e teve muito sucesso. Ele inspira muita gente, inclusive a mim. É um ídolo. Eu sempre procuro uma opinião dele quando preciso. Acho que certamente existe uma pressão, para que eu siga os passos do meu pai e que tenha uma carreira tão vitoriosa quanto a dele, mas acho que isso será consequência de quanto eu treinar e de meu talento. Precisa de tempo também”.
Após bater na trave na primeira tentativa, Martine espera cumprir sua meta e a do COB (Comitê Olímpico Brasileiro), e estar defendendo o Brasil nos Jogos do Rio. Para isso, leva um dos ensinamentos do pai, acostumado aos desafios olímpicos.
“Ele disse que as pessoas acham que a Olimpíada é diferente, mas que na verdade ela que tem que ser encarada apenas como uma outra competição”.
Em suas conquistas nos Jogos Olímpicos, Torben Grael, acostumado a ganhar títulos em diversos tipos de barco, atuou na maior parte das vezes na classe Star. Apenas a prata em Los Angeles foi obtida na classe Solling. Apesar de buscado uma vaga em Londres na classe 470, Martine está em formação. Ela já sabe que a meta é estar nos Jogos Olímpicos daqui quatro anos, mas eclética como o pai, ainda não definiu dentro de qual barco.
“Ainda não tomei essa decisão”.
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