Amazônia Legal

Publicado em 04/04/2019 - 21:29 e atualizado em 19/08/2019 - 14:52

Região: Norte | Classificação Indicativa: Livre | Direção: Welder Alves Pedroso

Gênero: Documentário

Quantidade de episódios: 13

Duração de cada episódio: 26 minutos

É possível desenvolver a Amazônia e manter a floresta em pé? Para responder esta e outras questões, por terra, céu e água, Ramom Morato, engenheiro agrônomo e documentarista, percorre mais de 21 mil quilômetros no território da Amazônia Legal em busca de arranjos produtivos que estão dando certo e apontam caminhos para o desenvolvimento sustentável da região. Em 13 episódios de 26 minutos, a série Amazônia Legal revela as novas formas que o homem tem encontrado para sobreviver e se relacionar com a floresta. Unidos, produtores, cooperativas, instituições governamentais e não governamentais, estão aproveitando as vocações locais para fortalecer cadeias produtivas tradicionais, gerar emprego e renda, conservar os recursos naturais e melhorar a qualidade de vida dos guardiões da floresta.  Estes arranjos são capazes de estabelecer novas formas de subsistência para o amazônida e preservar os recursos naturais? Personagens, especialistas, pesquisadores, economistas e cientistas vão colaborar para o entendimento destes arranjos e seus impactos nos cenários visitados.

Sinopses dos episódios:

Episódio 01

Episódio 04

Episódio 07

Episódio 10

Episódio 13

Episódio 02

Episódio 05

Episódio 08

Episódio 11

 

Episódio 03

Episódio 06

Episódio 09

Episódio 12

 

 

Direção:

Welder Alves Pedroso, 33 anos. Jornalista formado, atuou como radialista, designer, videodesigner, webdesigner, produtor, cinegrafista, editor, finalizador, roteirista e diretor de série de televisão. Dirigiu 58 e roteirizou 12 episódios do Nova Amazônia, série documental de 30 minutos produzida pela Tv Cultura do Amazonas e exibida em rede nacional pela Tv Brasil e TV Escola. Dirigiu e roteirizou duas séries contempladas pelo Prodav 08 - TVs Públicas: Meu Pequeno Mundo (10 episódios de 13 min - 2016) e Amazônia Legal (13 episódios de 26 min - 2017).

Produção: Amazônia Vídeo Produções LTDA - ME

Prêmios e Participações: (este espaço será atualizado durante o período de distribuição da edição)

Sinopses dos episódios:

EP. 01 – CAFÉ AGROFLORESTAL

Ramom Morato, engenheiro agrônomo e documentarista, embarca em busca de arranjos produtivos e personagens que podem ajudá-lo a responder a questão que o intriga: é possível desenvolver a Amazônia e manter a floresta em  pé? Com a mala cheia de perguntas, Ramom desembarca em Apuí, no sul do Amazonas, distante 408 km da capital amazonense. O município detém um dos maiores índices de desmatamento da região. Em meio a devastação, atividades tradicionais surgem como oásis e apontam caminhos para a recuperação do bioma local. O Café Agroflorestal, cultivado sem o uso de agrotóxicos em SAFs  - Sistemas de Agrofloresta, é a matéria prima de um arranjo produtivo que une produtores, associações, instituições e organizações não governamentais em prol do desenvolvimento sustentável da região.

EP. 02 - MURUMURU

Em Abaetetuba, no Pará, Ramom Morato, conhece o arranjo produtivo do murumuru. Como a iniciativa privada pode investir em pesquisa, inovação e apoio técnico para fortalecer as cadeias da sociobiodiversidade na Amazônia?  No passado, vista como praga, a palmeira cheia de espinhos do murumuru era derrubada e queimada pelos coletores de açaí. Hoje, a palmácea é preservada devido à descoberta do valor econômico de seus frutos. Com o apoio técnico da iniciativa privada, principal compradora da matéria-prima, agroextrativistas da região se organizaram em associações e cooperativas para o aproveitamento pleno, em escala industrial, deste recurso da sociobiodiversidade.  A missão desta atividade econômica é garantir a melhoria contínua da qualidade de vida daqueles que podem resguardar os recursos naturais à medida que se beneficiam da floresta que os cercam. Uma relação de respeito, harmonia e interdependência entre homem e natureza.

EP. 03 – AÇAÍ

A saga em busca dos arranjos e sistemas produtivos que podem suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das gerações futuras, leva Ramom Morato até Igarapé-Miri no Pará. Nesta região, as casas de madeira, típicas do beiradão, deram lugar às casas de alvenaria, bem construídas e equipadas, sinal de progresso no campo. Não foi apenas na área de várzea que a cultura do açaí provocou transformações. Na terra firme o aposentado Sr. Luís, 68 anos, viu no cultivo do açaí, o ouro negro da Amazônia, a chance de deixar de financiar a retirada da madeira ilegal. A fama de um produto natural e saudável valorizou o pequeno fruto. No passado a rasa de 28 quilos do açaí custava 50 centavos, hoje este é o valor que um carregador para carregar cada rasa que vale entre 50 e 60 reais. Na capital mundial do açaí, deste fruto se aproveita tudo, o caroço vira matéria prima para o artesanato e o caule da palmeira vira palmito.

EP. 04 – PARINTINS

Partindo de Manaus, Ramom Morato, pesquisador e documentarista, embarca em uma das mais de trezentas embarcações que seguem todos os anos para o Festival Folclórico de Parintins no interior do Amazonas. Da semente coletada no chão da floresta às grandes alegorias que encantam turistas vindos dos quatro cantos do planeta, Ramom procura entender como uma cidade com mais de 100 mil habitantes é capaz de sobreviver a partir de sua tradição. Como se dá este arranjo cultural, turístico e artístico? É o que vamos descobrir a partir das histórias de parintinenses que trabalham o ano todo em prol do Festival. São famílias de artesãos, comerciantes, dançarinos, músicos e de tantos outros profissionais que estão envolvidas direta e indiretamente com a tradição dos bumbás Caprichoso e Garantido. Especialistas ajudam a entender de que se forma se dá este complexo arranjo produtivo entre as associações e cooperativas. A grande dúvida é:  Este sistema de arranjos produtivos é capaz de movimentar a economia local o ano todo ou apenas nos 3 dias do festival?

EP. 05 – BABAÇU

Para documentar um bom exemplo de sistema produtivo que envolve comunidades e cooperativas em prol da preservação dos recursos naturais, Ramom Morato desembarca na região do Médio Mearin no Maranhão. Ícones da identidade cultural do Maranhão, as quebradeiras de coco conduzem-no a um passado de luta pela preservação das palmeiras de babaçu, uma das poucas fontes de renda destas mães de família. A força das mulheres do Maranhão resultou na organização social de mais de 400 mil agroextrativistas de babaçu dos Estados do Pará, Tocantins, Piauí e Maranhão na luta pelo babaçu livre e pela preservação e valorização do coco babaçu. Da árvore do babaçu, as mulheres extraem o seu sustento. Transformam as palhas das folhas em cestos, a casca do coco em carvão e a castanha em azeite e sabão. Organizadas, criaram cooperativas para produção e comercialização de seus produtos, como farinha, azeite, sabonete e outros derivados do babaçu. Convidados pelas cooperativas, pesquisadores e comunitários provam que ciência, cultura e saberes tradicionais caminham juntos para enfrentar a pobreza em busca da valorização do potencial local.

EP. 06 - CAPIM DOURADO

No limite da Amazônia Legal, no Tocantins, na comunidade quilombola do Mumbuca, Ramom Morato acompanha a coleta de uma matéria-prima peculiar. Das veredas do Jalapão para as mãos de artesãos e artesãs, o capim dourado, que na verdade não é capim e sim uma planta da família das sempre-vivas, tem um grande valor ambiental, social e cultural para o Tocantins. Nas mãos quilombolas o capim dourado e a seda do buriti se transformam em artesanatos que encantam os turistas brasileiros e estrangeiros. No Jalapão, a economia criativa é fomentada pelo turismo. Com o turismo, também vieram as associações de lojistas que garantem a compra de boa parte do artesanato produzido. O recurso finito está cada vez mais escasso. Com o apoio de pesquisadores e organizações não governamentais, os comunitários apostam no manejo e no uso racional da matéria-prima. A dúvida é: Estas comunidades tradicionais podem contribuir para a conservação dos recursos naturais na medida em que se utilizam deles para melhorar as suas condições de vida?

EP. 07 – PIRARUCU

Em busca de arranjos produtivos que retratem bem a importância da implementação de políticas públicas que garantam a subsistência do caboclo e a manutenção da biodiversidade, Ramom Morato desembarca na Reserva de Desenvolvimento Sustentável de Mamirauá, região de Tefé no Amazonas, para acompanhar a despesca do Pirarucu. A captura do peixe é realizada via manejo sustentável por cooperativas de pescadores em ritmo de festa, já que a despesca representa um ano inteiro de trabalho e espera. Pescadores são transformados em verdadeiros guardiões do pirarucu que por muito tempo esteve à beira da extinção. Em sinergia, cooperativas, governo e iniciativa privada conseguem garantir a compra do pescado e a valorização de seus subprodutos. Depois de participar da despesca do peixe o documentarista conhece a produção de bolsas, brincos e colares a partir da escama do pirarucu, uma fonte de renda alternativa para muita gente que vive ao longo do Rio Purus.

EP. 08 – GUARANÁ

Depois de 24 horas subindo o Rio Amazonas indo ao encontro do Rio Paraná Urariá, de barco, nosso documentarista chega a Maués. A Terra do Guaraná no Amazonas conseguiu transformar a cultura da bebida energética em sua principal fonte de renda. Para entender a relação da homem da floresta com o fruto lendário que lembra um olho, o documentarista navega pelo Rio Maués-Açu para conhecer a produção de guaraná dos sateré-mawé. A partir da plantação indígena acompanha a cadeia produtiva do fruto que tem boa parte de sua produção comprada por uma fábrica de refrigerantes instalada na zona rural de Maués. Além do cultivo e da coleta do fruto, diversas comunidades ao longo do Rio Maués-Açu trabalham com os subprodutos do guaraná como o bastão e o pó de guaraná que são vendidos para feirantes de Manaus e Belém. Em Maués, a cultura do guaraná é tão forte e presente no dia a dia de seus habitantes que até ganhou uma festa na mesma época em que o olho do fruto abre e pode ser coletado.

EP. 09 – BORRACHA

A busca por arranjos produtivos sustentáveis continua e leva o nosso documentarista até a Reserva Extrativista Chico Mendes no Acre. Histórias de famílias que hoje experimentam o terceiro ciclo da borracha revelam novas expectativas de qualidade de vida com a chegada da fábrica de preservativos masculinos. Com a ajuda de pesquisadores, o documentarista tenta entender de que maneira a cadeia produtiva da borracha pode garantir a preservação ambiental e a subsistência das comunidades extrativistas. E o maior aprendizado vem da floresta: de geração em geração, seringueiros ensinam o respeito à seringueira, considerada por eles "uma mãe de família".

EP. 10 – CASTANHA

Abundantes na natureza e com grande potencial para gerar renda e assegurar melhores condições de vida para os povos da floresta, os produtos florestais não madeireiros têm ganhado visibilidade na pauta da conservação da biodiversidade. Um destes produtos, em ascensão, é a Castanha do Brasil. Produzida em larga escala no Acre, a castanha é protagonista da melhoria da qualidade de vida dos seringueiros da região marcada pelo conflito histórico entre agroextrativistas e latifundiários pela posse da terra. Das sementes, obtêm-se as amêndoas, ricas em proteínas e selênio, e também o óleo, que é utilizado tanto na fabricação de produtos comestíveis quanto em cosméticos. Resultado da luta social e ambiental, o arranjo produtivo da castanha prova que a gestão transparente e compartilhada via cooperativismo ou associativismo é um caminho para atender de fato os anseios de quem retira da floresta o seu sustento.

EP. 11 – MADEIRA

Mata adentro, Ramom Morato segue em busca de um arranjo produtivo abundante em matéria-prima e com grande potencial de geração de renda para o homem da floresta.  O arranjo produtivo da madeira, realizado via manejo florestal, é apontado por muitos como uma alternativa consciente e viável para tornar a cadeia da madeira competitiva frente à produção de madeira ilegal e barrar o desmatamento na região.  Na comunidade de desenvolvimento sustentável do Rio Negro Tumbiras, o documentarista conhece o projeto Manejar para Conservar. O maior desafio do projeto é transformar o explorador tradicional de madeira em manejador de floresta.  No município de Itacoatiara, há 300km da capital, Ramom conhece um empreendimento madeireiro que prova que é possível explorar madeira de forma manejada em larga escala de forma sustentável. Já no município de Manacapuru, jovens da Camerata de Ukulele utilizam madeira reciclada na confecção de instrumentos musicais.  Iniciativas com o uso racional da madeira no campo comunitário, empresarial e social revelam todo o potencial para a formação de um grande arranjo produtivo madeireiro.

EP. 12 – FARINHA

Um arranjo só é bem-sucedido, de ponta a ponta, quando ele resulta em melhorias significativas para aqueles que dele dependem. O preço deve ser justo para quem compra e principalmente para quem produz. Este é o principal desafio da produção de farinha na região de Uarini, no Amazonas.  Ramom conhece de perto um bom exemplo de como o apoio tecnológico, técnico e educativo são essenciais para o fortalecimento de uma cadeia produtiva. A gestão compartilhada entre comunitários com o apoio de atores sociais é chave para o sucesso deste arranjo. Para levar o produto direto das mãos dos produtores para as mãos dos consumidores, um dos parceiros deste arranjo aposta em programas de geração de renda. Antes da chegada da empacotadora na comunidade campo novo, por meio do projeto empreendedorismo ribeirinho da Fundação Amazonas Sustentável, os comunitários são capacitados para gerir o próprio negócio. Com os comunitários, a equipe da Fundação busca entender os desafios locais, compartilhar conhecimento e criar um modelo de gestão compatível com a realidade local.

EP. 13 - ARRANJOS PRODUTIVOS NA AMAZÔNIA

No último episódio da série documental Amazônia Legal, a partir do ponto de vista de pesquisadores, economistas, sociólogos e  ambientalistas e representantes de associações e cooperativas, nosso documentarista faz uma revisão de todos os episódios para responder se é possível desenvolver a Amazônia e mantê-la de pé.  Estaríamos longe de um modelo sustentável de desenvolvimento que poupasse o meio ambiente e promovesse a qualidade de vida dos verdadeiros guardiões deste gigante verde? Conciliar desenvolvimento e conservação na Amazônia é um dos desafios da região que abriga a maior sociobiodiversidade do planeta. Como retirar da natureza os recursos necessários para a melhoria da qualidade de vida do homem e ao mesmo tempo manter a floresta em pé? Para responder esta e outras questões, por terra, céu e água percorri mais de 21 mil quilômetros no território da Amazônia Legal em busca de arranjos produtivos que estão dando certo e que podem apontar caminhos para o desenvolvimento econômico da região. Diante dos desafios de se interiorizar a industrialização na Amazônia, os arranjos produtivos locais se apresentam como uma estratégia viável para o desenvolvimento da região. Unidos, produtores, cooperativas, instituições governamentais e não governamentais, estão aproveitando as vocações locais para fortalecer cadeias produtivas tradicionais que podem gerar emprego e renda de forma sustentável.

As informações da sinopse e currículo são de responsabilidade do diretor.

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