Considerado um dos melhores ensaios sobre a natureza do nazismo, o longa "Arquitetura da Destruição" é o destaque do Ciclo Segunda Guerra que a TV Brasil exibe na noite desta quinta (3), às 23h. Dirigido pelo cineasta sueco Peter Cohen, o documentário resgata o histórico desde os tempos em que Adolf Hitler, filho de um oficial da alfândega, vivia em uma aldeia austríaca.

Durante quatro anos, o diretor reuniu informações sobre Hitler para tentar estabelecer conexões entre a vida e a formação do tirano que chegou ao poder e promoveu um dos mais terríveis episódios da história mundial. Como explicar a ascensão meteórica de um obscuro cabo do exército à condição de chefe supremo da nação alemã?
Ao todo, a emissora pública apresenta onze produções estrangeiras premiadas que revelam a rotina de pessoas que sobreviveram aos dramas da guerra. Para recordar os 70 anos do término da Segunda Guerra Mundial, a programação da faixa contempla filmes reconhecidos nos mais importantes festivais de cinema. Até este sábado (5), a TV Brasil mostra os desafios de quem enfrentou os horrores dos combates nos campos de batalha.
Sinopse de "Arquitetura da destruição"
Adolf Hitler tinha grandes pretensões e queria dar uma dimensão absoluta à sua megalomania. O princípio fundamental do nazismo era embelezar o mundo, nem que para isso tivesse que destruí-lo.
O documentário traça um panorama sobre a trajetória de Hitler e de alguns de seus mais próximos colaboradores com a arte. Muito antes de chegar ao poder, o líder nazista sonhou em tornar-se artista. Ele produziu várias gravuras que posteriormente foram utilizadas como modelo em obras arquitetônicas.
A produção sueca de 1989 destaca ainda a importância da arte na propaganda, que por sua vez teve papel fundamental no desenvolvimento do nazismo em toda a Alemanha.
Numa época de grave crise, no período entre guerras, a arte moderna foi apresentada como degenerada, relacionada ao bolchevismo e aos judeus. Para os nazistas, as obras modernas distorciam o valor humano e, na verdade, representavam as deformações genéticas existentes na sociedade.
O regime, em oposição, defendia o ideal de beleza como sinônimo de saúde e consequentemente com a eliminação de todas as doenças que pudessem deformar o "corpo" do povo. Era um discurso biológico condizente com as concepções estéticas de uma raça ariana.
Nasce assim uma "medicina nazista" que valoriza o corpo, o belo e estava disposta a erradicar os males que pudessem afetar essa obra.
Ficha técnica
Título original: Undergångens arkitektur. País de origem: Suécia. Ano: 1989. Gênero: documentário. Direção: Peter Cohen. Duração: 119 min. Classificação Indicativa: 12 anos
Serviço:
Ciclo Segunda Guerra - "Arquitetura da Destruição" – quinta-feira (3) às 23h, na TV Brasil.