Entender a origem e a relação do jongo com a cultura brasileira é um dos objetivos do episódio do programa Expedições desta terça (16), às 19h, na TV Brasil. A atração vai até a comunidade da Serrinha, em Madureira, na zona norte do Rio de Janeiro, conhecer o principal território jongueiro urbano do país.
A equipe, formada pela apresentadora, Aline Dale, o fotógrafo Rodrigo Serrado, o cinegrafista Fabio Serfaty e o diretor Lucas Saldanha, revela que o jongo não é apenas canto e dança. Para os jongueiros, os instrumentos também são sagrados. Os pontos do jongo, com a sua linguagem metafórica e cifrada, exigem muita experiência e atenção para compreender seus significados. No passado, era por meio dos pontos que os escravos trocavam informações e combinavam fugas.
Os expedicionários mostram como o jongo influenciou o nascimento do samba no Rio de Janeiro. Até 1920, era o ritmo mais tocado no alto das primeiras favelas da cidade. Os versos do Partido-Alto e do Samba de Terreiro, por exemplo, são inventados na hora pelo improvisador, exatamente como acontece com os jongueiros e a poética do ponto.
O programa da TV Brasil mostra também como o Jongo da Serrinha com seu ritmo encanta e atrai pessoas de diferentes idades e regiões da cidade. O grupo cultural promove ações integradas entre arte, memória, cultura e desenvolvimento social.
Por muitos anos o jongo ficou restrito às comunidades descendentes de escravos. Na década de 1960, quando a tradição estava ameaçada, Mestre Darcy profissionalizou as rodas e popularizou a prática promovendo apresentações de jongo fora da comunidade. Hoje, a tradição segue viva e mantém a identidade apesar das adaptações necessárias para realizar exibições fora do terreiro.
Serviço:
Expedições – terça-feira (16), às 19h, na TV Brasil.