Caminhos da Reportagem traça panorama sobre a epidemia de zika no Brasil

Publicado em 27/01/2016 - 16:04 e atualizado em 04/03/2016 - 13:04

Por Gerência de Comunicação

O Caminhos da Reportagem desta quinta (28), às 22h, na TV Brasil, investiga o drama da epidemia de zika, doença que está assustando o país. A matéria especial mostra que até 20 de janeiro foram identificados quase 4 mil bebês com microcefalia associada ao vírus da zika em 20 estados e no Distrito Federal.

Suspeita-se que o vírus também seja o responsável pelo aumento dos registros da síndrome de Guillán Barré. A condição rara provoca fraqueza muscular generalizada e pode levar à morte. A reportagem desta semana é conduzida pela jornalista Katiuscia Neri que apresenta o programa Repórter Brasil na mesma emissora à noite.

A equipe do programa foi a Pernambuco onde a maioria dos casos de zika e microcefalia está concentrada. Na periferia do Recife, mulheres grávidas convivem com altos índices de infestação do aedes aegypti, o mosquito transmissor do vírus de zika, dengue, chicungunya e febre amarela. As mães dos bebês que nasceram com microcefalia cobram atenção especial do Estado.

Mãe da menina Alice, que está com 2 meses e nasceu com microcefalia, Nadja Bezerra teve zika e vai precisar deixar o trabalho para cuidar exclusivamente da filha. "Vou ter que pedir as contas na empresa. Infelizmente com 5 anos de serviço, terei que me demitir. Vai ficar mais complicada a vida da gente, porque com meu salário e do meu marido já tá difícil. E só ele trabalhando vai ser mais complexo ainda financeiramente", lamenta.

Ao todo, dezoito países têm casos de zika, fato que chamou a atenção da Organização Mundial da Saúde (OMS). O Brasil foi o primeiro a fazer a relação do vírus da doença com a microcefalia. Mas ainda existem muitos questionamentos que os cientistas brasileiros buscam solucionar: a dificuldade de diagnóstico, o risco para as mulheres grávidas e seus bebês, a elaboração de uma vacina, entre outras respostas urgentes.

"Na verdade, existe uma evidência importante de que o vírus da zika esteja ligado à microcefalia. Mas essa tese foi baseada em estudos de laboratório e em observações clínicas. Ainda faltam estudos epidemiológicos que reforcem essa hipótese e respondam outras perguntas que não foram colocadas no primeiro momento", explica Ricardo Ximenes, professor de medicina tropical da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Para Cláudio Maierovitch, diretor de Vigilância das Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde, "nas localidades onde se concentra um número maior de casos de microcefalia aumenta a necessidade de determinados tipos de serviço".

Outro grande desafio mostrado na reportagem da TV Brasil é o combate ao aedes aegypti. O exército reforça o trabalho dos agentes comunitários de casa em casa onde estão 80% dos focos do mosquito. A falta de saneamento básico, porém, faz com que o mosquito tenha condições de se proliferar rapidamente.

A dona de casa Bruna Barbosa dos Santos mora na periferia do Recife e está no quinto mês de gestação. Ela teve zika no início da gravidez e revela suas preocupações constantes com a doença. "Vou dormir e às vezes tenho pesadelo de a criança vir com alguma coisa ou o médico descobrir algum problema da criança", emociona-se.

Serviço
Caminhos da Reportagem – quinta-feira (28), às 22h, na TV Brasil

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