A jornalista Leda Nagle entrevista o músico Hamilton de Holanda no programa Sem Censura desta quinta (30), às 17h30, na TV Brasil. Ele fala sobre o disco "Samba de Chico", trabalho em que faz um tributo ao gênero e ao compositor Chico Buarque. Além de festejar o centenário do samba, o projeto do cantor e compositor brasiliense é uma reverência à carreira do amigo.
Durante a conversa, o bandolinista conta que o repertório inclui quinze canções, a maioria do próprio homenageado, que interpreta duas delas: "Vai Trabalhar, Vagabundo" e "A Volta do Malandro". O CD ainda traz uma inédita de Hamilton para o tema do álbum.
Para ele, na fase anterior à produção em si, a maior dificuldade era selecionar as obras para a coletânea. "Foi um desapego para escolher o repertório", destaca sobre a vasta produção musical de Chico Buarque. No decorrer do Sem Censura, Hamilton dá uma canja de hits que estão no álbum com seu próprio bandolim de dez cordas - o tradicional tem oito.
Ele explica ainda que o disco é predominantemente instrumental e reconhece que foi um desafio incluir as melodias sem as respectivas letras. Na seleção, há canções que não são de Chico como "Piano na Mangueira", de Tom Jobim, "Atrás da Porta" e "Trocando em Miúdos", ambas de Francis Hime, e a autoral que dá título ao disco. No papo, ele destaca que a faixa "Samba de Chico" tem uma pegada no estilo das composições de Noel Rosa e Ismael Silva.
"Adoro tocar as músicas do Chico Buarque", confessa Hamilton que já utilizava em suas apresentações algumas das músicas que escolheu para o projeto. "Roda Viva" e "Quem te viu, quem te vê", por exemplo, já eram frequentes nos shows do Baile do Almeidinha.
Na maioria das faixas do CD, Hamilton de Holanda é acompanhando por Thiago da Serrinha na percussão e pelos contrabaixistas Guto Wirtti e André Vasconcellos. Apesar disso, o artista faz um solo em "Samba e Amor". O álbum também agrega participações internacionais com o pianista italiano Stefano Bollani e a cantora catalã Silvia Perez Cruz.
Polifonia é uma característica que pode expressar bem a trajetória de Hamilton de Holanda que comemora também 40 anos de idade. Além de beber no samba, gênero pela qual já passou na parceria com o bamba Diogo Nogueira, Hamilton se distingue como uma importante personalidade que ajudou na renovação do choro.
Hamilton também é pop e pode ser visto circulando nos festivais de jazz. E revela para Leda Nagle, na bancada da TV Brasil, que ainda tem várias ideias na manga para projetos envolvendo outros gêneros e novas homenagens.
Serviço
Sem Censura – quinta-feira (30), às 17h30, na TV Brasil