Pré-estreia da nova temporada de “Entre o Céu e a Terra” debate a intolerância

Publicado em 19/01/2017 - 10:31 e atualizado em 19/01/2017 - 10:55

Por Gecom

Produção combina linguagens de documentário e ficção para tratar da religiosidade

 

Para refletir sobre o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, a TV Brasil exibe uma pré-estreia da série Entre o Céu e a Terra neste sábado (21), às 20h30, com o episódio “Ódio”. O programa aborda o sentimento e as suas manifestações na sociedade.

Com 26 episódios de 52 minutos, a produção da Realejo Filmes busca promover na televisão aberta o diálogo inter-religioso e valores como a diversidade e a tolerância.

A proposta é abrir espaço plural de debate e reflexões sobre as religiões e crenças que existem no país. A série aborda temas filosóficos e culturais ligados à religiosidade sob uma perspectiva jornalística.

 

Jornalista Muniz Sodré é um dos entrevistados 

Nessa edição, a série Entre o Céu e a Terra entrevista o jornalista Muniz Sodré, o advogado Alexandre Freitas, a antropóloga Maria Lucia Montes, e a socióloga Maria José Rosado, além de representantes da Igreja Católica, Santo Daime, Judaísmo, Igreja Betesda, Via Luciferiana e Islamismo.

Para Thomas Miguez, diretor e produtor-executivo da série, respeito é uma palavra-chave no que diz respeito à diversidade religiosa. “As pessoas tem que respeitar a escolha do outro. Cada um tem uma jornada e experiência de vida. Não dá para querer que todo mundo leia a realidade de acordo com uma única cultura”, afirma.

De acordo com Dom João Justino de Medeiros Silva, a crença é uma escolha individual. “Ninguém deve ser coagido ou obrigado a professar uma fé. Ela deve ser resultado de uma adesão da pessoa, uma declaração à favor da liberdade religiosa”.

Classificado na maioria dos dicionários como uma “aversão extrema”, “desejo negativo” ou mesmo “hostilidade”, o ódio também deve ser entendido como um sentimento natural do ser humano, assim como o amor. Só que ao contrário de uma visão construtiva e afetuosa, o ódio deseja a destruição e o mal do outro.

Segundo o jornalista e sociólogo Muniz Sodré, a questão envolve o relacionamento entre as pessoas. “O ódio hoje está constituindo relações sociais porque desapareceu a comunidade afetiva que está por trás das palavras”.

Esse episódio de Entre o Céu e a Terra aborda como as religiões entendem o ódio, as guerras religiosas, a aversão ao outro e a intolerância religiosa. Sentimento primitivo do ser humano, o ódio se manifesta de várias formas.

As religiões tem em suas práticas a pregação do amor e da tolerância. Todavia, não são poucos os episódios de guerra e horror na história protagonizados por aqueles que se dizem lutarem em nome de uma fé.

O diretor Thomas Miguez acredita que cada indivíduo se relaciona com a crença de um modo pessoal. “A fé é uma questão de foro íntimo. A relação que cada um tem como o sagrado é muito particular, mesmo dentro de uma mesma denominação religiosa e de uma comunidade”, avalia.

“Os povos são muito diferentes e o Brasil é muito diverso para determinar um único caminho”, completa o responsável pela série Entre o Céu e a Terra.

O formato de Entre o Céu e a Terra combina documentário, na forma de entrevistas, e ficção com a trama que envolve o personagem Alberto (Clayton Mariano), um biólogo, observador dos fenômenos da vida e do comportamento.

Em cada episódio, ele se pergunta sobre questões comuns aos homens e mulheres de todos os tempos. O protagonista se questiona sobre a origem do mundo, o sentido da existência, porque ajudamos os outros, a organização familiar e outras tantas reflexões.


Proposta da série

Os temas da segunda temporada de Entre o Céu e a Terra abrangem questões da experiência humana como vaidade, diversão, culpa, trabalho, infância, medo e alimentação. A cada semana, a série Entre o Céu e a Terra traz um assunto diferente apresentado sob a visão de diversas lideranças espirituais, de especialistas de outras áreas do saber, como filósofos, psicanalistas, sociólogos, cientistas da religião, teólogos, além de ateus e agnósticos.

O programa mostra, entre outras visões, o quem pensam os judeus sobre o sacerdócio de mulheres no episódio “Mestres e Aprendizes”; o que tem a dizer o Santo Daime na edição sobre “Vícios”; a abordagem da Igreja Batista sobre o “Ódio”; e a perspectiva da Igreja Católica sobre “Palavras e Orações”; entre tantas cerca de 50 religiões que participam da série.

A série Entre o Céu e a Terra, produzida pela Realejo Filmes, foi vencedora de um dos concursos (pitchings) realizados pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC) em 2013. Com direção e produção-executiva de Thomas Miguez, o programa tem roteiros assinados por Daniele Ricieri, Clayton Mariano, Priscila Gontijo, Michelle Ferreira, Rubens Rewald e Rodolfo Moreno.

“A televisão abre pouco espaço para a diversidade religiosa no país. Há no Brasil um fenômeno da expressão cristã na TV aberta, que se tornou hegemônica e que, por si só, merece um contraponto. Há muitas maneiras de se professar a fé e todas elas têm seu papel e espaço na sociedade e, portanto, merecem estar representadas na TV e em outras esferas públicas", pontua Thomas Miguez, diretor e produtor-executivo de Entre o Céu e a Terra.


Ficha técnica da série “Entre o Céu e a Terra”
Produtora: Realejo Filmes
Direção e Produção Executiva: Thomas Miguez
Roteiro: Daniele Ricieri, Clayton Mariano, Priscila Gontijo, Michelle Ferreira, Rubens Rewald e Rodolfo Moreno
Gênero: documentário
Ano de produção: 2016
Número de episódios: 26
Duração de cada episódio: 52 min
Classificação indicativa: livre

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